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Rocinha: Pezão diz que vetou ação da polícia para evitar morte de inocentes

Governador também afirmou que queria garantir segurança de público do Rock in Rio

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O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou, nesta quarta-feira (20), que optou por impedir uma intervenção policial no domingo, na Rocinha, para evitar a morte de inocentes, e para garantir a segurança do público que voltava do Rock in Rio, na Zona Oeste do Rio. Pezão admitiu que  soube, na madrugada de domingo (17), que criminosos iriam invadir a comunidade, na Zona Sul do Rio. 

“Nós sabíamos. Eu mesmo fui consultado de madrugada pelo secretário Roberto Sá e pelo comandante Wolney e pedi para a gente ter muita cautela, porque eu conheço a Rocinha desde a ponta lá no alto até embaixo. O dia que tem mais gente na rua é no domingo. Se a gente reage ali àquela entrada daqueles marginais com fuzil seria uma guerra em que morreriam muitos inocentes”, disse o governador, completando: "Tem que ver o momento de entrar. Será que numa volta do Rock in Rio era hora de entrar e ir para o confronto ali?"

Pezão também comentou sobre a não atuação das Forças Armadas nas operações na Rocinha. "Não precisa. Estamos com o Bope e com o Choque desde domingo", afirmou, acrescentando que, se for necessário, vai pedir o apoio militar. “Se precisar, nós vamos utilizar. A gente já usou em três operações. Essas operações têm que ser planejadas. Eles [os militares] não querem entrar para ficar como foi no Alemão”, afirmou.

O governador ainda comentou sobre o fato de não ter se pronunciado até então, após as cenas de terror de domingo na Rocinha, quando traficantes rivais se enfrentaram com armamentos pesados. Ele disse que dá autonomia aos seus secretários para que falem oficialmente pelo governo sobre suas respectivas áreas de atuação. "Eu não sou especialista de segurança para estar lá dentro e determinar que o Exército vá pra lá", disse.

Segundo Pezão, cabe à Secretaria de Administração Penitenciária aceitar a oferta do Ministério da Defesa para que as Forças Armadas façam varreduras nos presídios do estado. "Se o secretário Eri [coronel Erir Ribero Costa Filho] chegar aqui e pedir, eu vou pedir ao ministro Raul Jungmann. Nós até agora não recebemos essa demanda do secretário Erir, que é uma pessoa que conhece a segurança como poucos", disse Pezão.

O governador admitiu também haver um "desencontro" na articulação entre as forças de segurança do estado e as federais. “Não é uma situação fácil. É uma situação nova o uso das Forças Armadas. Às vezes pode haver um desencontro”, disse o governador.