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Um mês após incêndio em moradia da UFRJ, alunos ainda não sabem para onde irão

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Um mês após um incêndio que atingiu o bloco B da Residência Estudantil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mais de 200 estudantes desalojados ainda não sabem para onde irão depois que acabar o contrato com o Hotel Ibis, no Centro do Rio, onde estão alocados temporariamente. A ala da residência na Ilha do Fundão – que não possui uma reformada desde a construção do edifício nos anos 1970 - foi tomada pelo fogo na madrugada do dia 2 de agosto. 

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Nesta terça-feira (5), os alunos prejudicados convocaram uma entrevista coletiva para relatarem o medo de serem despejados no próximo sábado (9), pois até então a universidade não havia dado sinais de renovação do contrato com o hotel. 

Em nota, a reitoria informou que o prazo do acordo foi prorrogado até o dia 30 de setembro, enquanto alternativas de moradia continuam sendo estudadas. 

A nota também diz que “por meio da Superintendência-Geral de Políticas Estudantis (SuperEst), a Reitoria tem prestado auxílio aos estudantes, compreendendo que a opção pelo hotel tem caráter emergencial, não constituindo o espaço mais adequado para moradia, estudos e convivência universitária”. Sem especificar, porém, quais alternativas ao hotel têm sido cogitadas. 

A universidade ainda destaca que busca junto ao MEC e junto à prefeitura do Rio, recursos para a reforma da ala incendiada.

Embora a universidade responda com rapidez às questões levantadas, os alunos vítimas do incêndio ainda reclamam da falta de diálogo com a reitoria, e inclusive denunciam que há um déficit no auxílio que a mesma afirma dar aos estudantes. De acordo com os estudantes, existe uma recorrente falta de água nos fins de semana no hotel em que estão instalados, que, por consequência, faz com que alguns alunos bebam água da torneira da pia. A graduanda do curso de gestão pública, Hannah Luz, explica que, em função das dificuldades de diálogo com a reitoria, diversos boatos surgiram na última semana, inclusive uma possível transferência dos estudantes para apartamentos na Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca.

“Além disso, tem professores que estão dando falta e muita gente está perigando reprovar por isso. As avaliações já começaram e os alunos estão tendo que recorrer ao poder judiciário para não serem ainda mais prejudicados. Somado a isso, tem esse combo de informações falsas que não facilita as coisas”, disse a estudante que também mencionou que muitos dos alunos que perderam tudo com o incêndio, continuam passando mal em decorrência da fumaça inalada, e com traumas que necessitam atendimento psicológico.