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Fux homologa delação “monstruosa” de ex-governador do Mato Grosso

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux homologou a delação premiada do ex-governador do Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB). Na semana passada, Fux afirmou que a colaboração de Barbosa é “monstruosa”. O acordo do político com a Justiça foi assinado há dois meses com a Procuradoria-Geral da República.

Barbosa, preso desde 2015, é o primeiro ex-governador a se tornar delator. Ele passou a cumprir prisão domiciliar. Ele teria relatado que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP) participou da montagem de um esquema para liberar dinheiro de precatórios (dívidas decorrentes de sentenças judiciais) estaduais em troca do apoio de parlamentares do Estado.

Barbosa também teria mencionado em sua delação uma suposta tentativa de Maggi de obstruir a Justiça em relação à operação Ararath, apelidada de Lava Jato pantaneira. A operação foi deflagrada em 2010 para investigar o pagamento de precatórios.

Além do ministro do governo Temer, os senadores do Estado Wellington Fagundes (PR) e Cidinho Santos (PR), suplente de Maggi, também devem ser alvos da delação. Os dois, de acordo com Barbosa, teriam se beneficiado de recursos ilícitos.

O ex-governador também teria relatado fatos envolvendo pelo menos três deputados federais com mandatos em curso, cujos nomes ainda não foram identificados, além de repasses a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.

Também teria sido realizado o pagamento de um "mensalinho" para deputados estaduais que atuaram na sua gestão para lhe garantir apoio. Como evidência, forneceu vídeos dos parlamentares estaduais recebendo dinheiro em espécie.

Ele governou Mato Grosso de 2010 a 2014 e foi preso em 2015 na operação Sodoma, que investiga crimes de fraudes na concessão de incentivos fiscais do Estado.

No acordo assinado com a PGR, Barbosa recebeu uma multa de R$ 80 milhões. Inicialmente os investigadores solicitaram o valor de R$ 150 milhões.