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Protesto de taxistas tem confronto no Centro do Rio

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Um protesto de taxistas na manhã desta quinta-feira (27) acabou provocando confrontos entre manifestantes a policiais militares, em frente à Prefeitura do Rio, na Cidade Nova. Enquanto os manifestantes soltavam rojões, a PM lançava spray de pimenta, bombas de efeito moral e atiravam balas de borracha.

O protesto teve início nas primeiras horas desta quinta-feira, em diferentes pontos do Rio, contra aplicativos de transporte de passageiros, como Uber, Cabify e 99. Os grupos cobram que regras de regulamentação dos veículos a que os táxis são submetidos sejam aplicadas também aos motoristas dos aplicativos. 

Além disso, taxistas também pedem fiscalização em estacionamentos irregulares próximos aos shoppings, aeroportos, eventos, shows e da Rodoviária; descredenciamento do Easy e do 99, que, segundo o sindicato, operam na mesma plataforma que o aplicativo de carro particular; e a prorrogação do prazo de vida útil dos veículos de 6 para 8 anos, o que já foi atendido pela prefeitura, com o Decreto 43.465/2017  publicado ontem no Diário Oficial do município.

O protesto reúne cerca de dois mil taxistas. Muitos vestem camisas amarelas, em alusão à cor oficial dos táxis da cidade. O prefeito Marcelo Crivella recebeu representantes dos taxistas nesta quarta-feira (26) e disse que estuda formas de regulamentar os serviços de transporte por táxi e carros particulares que utilizam aplicativos para smartphone. 

O trânsito está congestionado em diversas vias da cidade. Há registro de 60 quilômetros de engarrafamento. As alças de acesso que saem do Centro de Convenções Sulamérica e do Túnel Rebouças foram fechadas. De acordo com o Centro de Operações (COR), a Guarda Municipal autorizou aos taxistas que estacionem temporariamente seus veículos no Sambódromo. "A medida tem o objetivo de minimizar possíveis impactos da manifestação na mobilidade da cidade", diz a nota.

O COR recomenda ainda a preferência por transporte coletivo nesta quinta, e por fazer deslocamentos antecipados em caso de viagens programadas nos aeroportos e rodoviária.

"Os organizadores do ato se comprometeram a não bloquear vias da e nem os acessos aos aeroportos da cidade, em reunião realizada na tarde desta quarta-feira no Centro de Operações Rio, com representantes da prefeitura e do governo estadual", diz a nota. A Secretaria de Ordem Pública ameaçou multar em R$ 5 mil quem interditar as ruas. Mesmo assim, devido ao grande número de manifestantes, o trânsito foi impactado em várias áreas. 

Os taxistas se reuniram em bairros como Copacabana, Barra, Del Castilho, Tijuca, Irajá, Realengo e Ilha do Governador. De lá, os veículos seguiram por vias como Estrada do Galeão, Linha Vermelha, Av. Brasil, Av. Dom Hélder Câmara, Av. das Américas e Túnel Rebouças, até a região da Cidade Nova, onde fica a prefeitura. 

Confusão

No começo da manhã, um grupo chegou a colocar fogo em barricadas no entorno do aeroporto Santos Dumont, e jogar ovo dentro de um carro do Uber, que levava um passageiro. Eles protestavam na área de embarque do aeroporto, batendo em vidros e nos capôs de carros que prestam serviços para aplicativos. De acordo com o Centro de Operações, foram encontrados pregos e vergalhões para furar os pneus dos carros. Agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar reforçam a segurança no local.

Por volta das 6h, o trânsito foi liberado e os focos de incêndio, apagados.

Posicionamento da Cabify

Em nota, a empresa Cabify afirmou que é a favor de uma regulamentação que permita a competição no setor e que garanta segurança jurídica para que haja harmonia entre o transporte individual de passageiros e o sistema público de táxis já existentes. A empresa disse, porém, que a legislação deve ser municipal e que legislação federal deve ser "apenas autorizativa".  

*com Agência Brasil