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Cabral pede afastamento de Bretas da Calicute após declaração sobre joias

Defesa do ex-governador acusa juiz de parcialidade e prejulgamento

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A defesa do ex-governador Sérgio Cabral pediu o afastamento do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio após as declarações do magistrado sobre a finalidade das joias compradas na H. Stern, joalheria alvo da operação Calicute. Bretas investiga Cabral pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Os advogados de Cabral atacaram a entrevista dada pelo juiz ao jornal Valor, na qual afirmou que era preciso analisar se houve, de fato, crime de lavagem de dinheiro na compra das joias. "Na questão das joias existe uma dúvida ainda, eu ainda não decidi a respeito, se a joia era propina e ostentação ou se era lavagem de dinheiro. Isso tenho que ver com calma”.

Eles afirmaram que houve prejulgamento da causa e parcialidade do magistrado por antecipar juízo de valor, sem que o acusado tivesse sido questionado sobre o processo em andamento, cabendo portanto um pedido de “exceção de suspeição” contra Bretas. A defesa também pediu que o processo seja interrompido até julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

O pedido da defesa, feito na última sexta-feira (21), aponta demonstração de parcialidade de Bretas, antes do julgamento do caso. "Mais que a parcialidade confessada, teve-se o adiantamento, pelo excepto, do mérito da causa que ele ainda julgaria, quando deixou claro que condenaria o excipiente, embora ainda não saiba por qual delito".

A defesa ainda alega que "a literalidade das declarações deixa claro o seu convencimento sobre a efetiva ocorrência de crime (...), a única ideia que não passa pela mente do Juiz Federal questionado, ao que parece, é a possibilidade de uma absolvição, malgrado a demanda ainda esteja em fase embrionária e, sequer tenha havido oferta de resposta à acusação por parte do excipiente".