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Comprimidos em excesso encontrados na cela de Sérgio Cabral

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Em uma fiscalização de surpresa na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro, a 11ª Promotoria de Investigação Penal do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) encontrou na cela do ex-governador Sérgio Cabral duas caixas com quase 30 comprimidos de antidepressivos, que é um medicamento de uso controlado e dezenas de comprimidos não identificados.

A vistoria ocorreu na segunda-feira (19), mas o resultado só foi divulgado neste sábado (24) pelo MPRJ. Segundo o órgão, Cabral informou que a receita médica indica o uso de dois comprimidos de antidepressivo por dia e os outros não identificados são vitaminas. Na ação, o MPRJ também identificou dois presos em outras celas que mantinham dezenas de comprimidos de medicação controlada.

Fiscalização

As informações foram repassadas ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pelo caso de Cabral, na quinta-feira, pelo promotor de Justiça Suavei Lai, autor da fiscalização.Também foi enviado ofício com as informações para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).

Segundo o MPRJ, o diretor da unidade, Fabio Ferraz Sodré, informou que os presos recebem remédios para um período longo, de modo a não sobrecarregar a enfermaria com a entrega diária de comprimidos, que funciona de forma precária e provisória em uma sala, enquanto o espaço definitivo passa por reforma.

O MPRJ advertiu o diretor e expressou a preocupação com a quantidade excessiva à disposição dos custodiados, levando ao risco de tráfico de comprimidos entre os presos ou à administração acidental ou intencional de altas doses que poderiam levar à internação hospitalar ou mesmo à morte.

Outra irregularidade constatada foi a presença de dois presos sem nível superior em celas da Galeria 1, reservada a quem completou a graduação. O diretor informou que a medida segue determinação judicial. O MPRJ disse que vai averiguar a questão.

A ação foi a segunda fiscalização do MPRJ na unidade este mês e faz parte da rotina do órgão, que tem como objetivo garantir a integridade física de todos as pessoas que participam do sistema penitenciário, sejam elas os próprios presos, agentes penitenciários ou demais trabalhadores e visitantes.

Sérgio Cabral foi condenado a 14 anos e 2 meses por corrupção e lavagem de dinheiro

O juiz federal Sérgio Moro condenou Cabral (PMDB-RJ) a 14 anos e 2 meses de prisão. A sentença foi proferida no dia 13 de junho, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro (12 vezes) em processo a que ele responde no âmbito da Operação Lava Jato.

Cabral foi acusado de ter recebido propina de pelo menos R$ 2,7 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez, entre 2007 e 2011. Os valores se referem às obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobrás. Cabral ainda responde a outras dez denúncias na Justiça.

“Entre os crimes de corrupção e de lavagem, há concurso material, motivo pelo qual as penas somadas chegam a catorze anos e dois meses de reclusão, que reputo definitivas para Sergio de Oliveira Cabral Santos Filho”, afirmou Moro, em despacho.

Com Agência Brasil