O ex-secretário Sérgio Côrtes pediu autorização à Justiça Federal para trabalhar em hospitais públicos enquanto cumpre prisão preventiva. Côrtes foi preso no mês passado justamente sob a acusação de desviar cerca de R$ 300 milhões da saúde pública do Rio de Janeiro.
O pedido, protocolado nesta quinta-feira (25), será analisado pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio. As informações são da Folha.
Côrtes é médico, formado em 1988, com especialização em ortopedia e traumatologia. A defesa dele alega que o ex-secretário já presta atendimento informal no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio, onde está preso.
"Nesse contexto, vê-se que se trata de médico de altíssima qualificação preso preventivamente, onerando ainda mais os cofres públicos – afinal, cada preso, seja provisório, seja definitivo, representa custo ao Estado – quando poderia atender gratuitamente a população que hoje enfrenta além de outros problemas, a falta de médicos nos hospitais públicos do Estado", diz a petição protocolada pela defesa de Côrtes.
A defesa ainda sugere que o ex-secretário trabalhe na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do próprio complexo penitenciário ou no Corpo de Bombeiros, considerando que ele também é primeiro-tenente médico.
"Esta última hipótese pode significar menor ônus ao Estado e mais garantia de efetivo cumprimento e controle, tendo em vista que o requerente estará sempre sob o acompanhamento de agentes públicos militares", diz a petição.
O ex-secretário é acusado de fraudes em licitações na compra de equipamentos médicos-hospitalares por meio de pregões internacionais, com sobrepreço de cerca de 40%.
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