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Fiocruz promove ato contra a violência em Manguinhos, no Rio

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promoveu nesta terça-feira (25), no Rio de Janeiro, um ato contra a violência em Manguinhos, bairro onde ela está sediada. Os frequentes conflitos armados afetam a vida de moradores, trabalhadores e estudantes, prejudicando as atividades da fundação, em especial no campo do ensino e da pesquisa, setores afetados pelo clima de insegurança.

A manifestação visou promover uma reflexão sobre a necessidade de enfrentamento da violência e chamar a atenção sobre a situação vivida na região.

No dia 17 de abril último, uma bala perdida entrou pela janela de uma sala de trabalho da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. No caminho, havia a cadeira e a mesa de trabalho de uma funcionária que, por sorte, não estava no local. Ninguém se feriu. A vice-diretora da escola, Marcela Pronko, destacou que, além da segurança dos estudantes e funcionários da Fiocruz, o ato objetivou dar um basta na violência na região.

"Desde o começo do ano estamos convivendo com conflitos intensos de forma recorrente. Esse ato é uma luta pela segurança não só nossa, mas dos moradores da área, pois, se pararmos para pensar, alunos, professores e funcionários só estão aqui numa certa faixa de tempo durante o dia. Agora, e os moradores que estão sujeitos a uma bala perdida 24 horas por dia? Precisamos lutar contra a violência", disse Marcela.

Sentimento de medo e preocupação

A aluna de análises clínicas da escola, Camila Ketlen, disse que o sentimento geral acaba sendo de medo e muita preocupação. "A gente tem que descer correndo para o pátio, o que já não é seguro, para realizar o plano de contingência e depois buscar uma saída alternativa. Nisso, a gente entra em pânico, perdemos aula, etc", contou.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, lamentou a violência que atinge o trabalho da instituição. "Afeta demais todos os nossos trabalhos de uma forma geral. Muitas vezes as aulas e pesquisas têm que ser interrompidas pelo risco de uma bala perdida. A Fiocruz só pode realizar suas atividades num ambiente de paz e tranquilidade, o que não tem acontecido nos últimos dias por conta desses confrontos. A Fiocruz se preocupa com a preservação dos direitos de cada cidadão, seja ele funcionário ou não. Aliás, muitos moradores dessas comunidades são alunos ou funcionários daqui", disse.

Procuradas pela Agência Brasil para comentar a violência e o que tem sido feito para resolver a questão, a Secretaria de Segurança e a Polícia Militar não responderam ao questionamento até o fechamento da reportagem.

No entanto, a vice-diretora da escola politécnica, Marcela Pronko, disse que reuniões têm sido realizadas entre a Fiocruz e a Secretaria de Segurança Pública. " Eles têm nos escutado. Já tivemos duas reuniões e colocamos a importância de acabarem com esses confrontos, mas nada foi decidido ainda", finalizou.