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Rio: presídio de Bangu tem confusão entre detentos

Agentes penitenciários estão em greve no Rio

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Na manhã desta quarta-feira (18), uma confusão envolvendo cerca de 80 detentos foi registrada no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Agentes penitenciários, que estão em greve contra o atraso nos salários, foram chamados para conter o tumulto.

Seis internos teriam ficado feridos na briga, que teria tido início durante um deslocamento de presos na unidade.  A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que não há rebelião. Segundo a Seap, houve uma briga entre seis internos e a situação foi controlada pela direção do presídio.

A greve dos agentes penitenciários do Rio de Janeiro pode agravar a crise do sistema prisional e aumentar o risco de haver mais rebeliões. A afirmação é do professor da PUC-Rio e presidente da comissão de segurança pública da OAB-RJ, Breno Melaragna. “Não só pelo fato de os presos não estarem recebendo visita, por exemplo, como pela precariedade. Existe um temor que diante dessa precariedade e isolamento total dos presos, alguma facção criminosa receba informação para iniciar uma série de ações de retaliação fora dos presídios”, acrescentou.

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A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que possui um plano de segurança para manter a rotina das unidades prisionais durante a greve. De acordo com o presidente do Sindicato do Sistema Penal - SindSistema, Gutembergue de Oliveira, em caso de conflito dentro das unidades prisionais, os agentes retornarão para conter a situação. 

Para o professor e para a pesquisadora Jacqueline Sinhoretto, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) e coordenadora do Grupo de Estudos sobre Violência e Administração de Conflitos da instituição, o movimento de greve é legítimo uma vez que é um direito trabalhista.

“A greve não é uma novidade, pois ela aparece em um momento que, de um lado tem a crise do estado, e do outro a crise do sistema penitenciário”, disse.

A paralisação, que teve 100% de adesão no Complexo Penitenciário de Gericinó, teve início na madrugada desta terça-feira (17) e deve durar até a próxima segunda-feira (23), quando uma nova assembléia será feita. Além de estarem com o salário de dezembro e com o 13º salário atrasados, os agentes da Secretaria de Administração Penitenciária reivindicam a melhoria das condições de trabalho.

Uma das medidas da paralisação é não permitir que os parentes entrem para visitar os detentos. Por enquanto, só está sendo mantido o fornecimento de alimento, o cumprimento dos alvarás de soltura e a saída de presos para atendimento médico.

“A grande questão é manter os serviços essenciais. A visitação do preso é um direito dele”, destacou Breno Melaragna.