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Justiça manda prender mulher de Cabral; ex-governador e mais 12 viram réus

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A Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou nesta terça-feira (6) denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réus o ex-governador Sérgio Cabral, sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo, e mais 11 pessoas pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os réus são acusados de desviar R$ 224 milhões em esquema com diversas empreiteiras em obras como a reforma do Maracanã e no Arco Metropolitano.

Na tarde desta terça-feira (6), a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro, Adriana Ancelmo, foi alvo de um mandado de prisão expedido pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro.

No último dia 2, a Polícia Federal indiciou Cabral, Adriana Ancelmo e mais 14 pessoas na 1ª fase da Operação Calicute por crimes que vão de corrupção passiva e ativa, organização criminosa a lavagem de dinheiro. Serão instaurados ainda outros inquéritos policiais para aprofundamento de novas vertentes da investigação.

Além de Cabral e Adriana Ancelmo, os outros indiciados foram Wilson Carlos Cordeiro da Silva de Carvalho (ex-secretário de Governo), Carlos Emanuel de Carvalho Miranda (apontado como operador financeiro da quadrilha), Luiz Carlos Bezerra (ex-assessor de orçamento da Alerj), Hudson Braga (ex-secretário de Obras do Estado), Wagner Jordão Garcia (ex-assessor de Cabral), José Orlando Rabello (ex-chefe de gabinete de Hudson Braga), Carlos Jardim Borges (empresário que teria realizado pagamentos suspeitos para empresa de Carlos Miranda), Pedro Ramos de Miranda (Ex-motorista de Cabral), Luiz Alexandre Igayara (empresário que teria feito pagamentos por serviços inexistentes no esquema), Paulo Fernando Magalhães Pinto (administrador de empresas), Luiz Paulo dos Reis (empresário ligado a Hudson Braga), Alex Sardinha da Veiga (que teria participado de acordos "criminosos" entre a Secretaria de Obras e a Construtora Oriente, que ele diz representar), Rosângela Machado de Carvalho Braga e Jéssica Machado Braga (parentes de Hudson Braga e apontadas como "laranjas" no esquema).

Desencadeada no dia 17 de novembro, a Operação Calicute prendeu o ex-governador e oito pessoas ligadas a ele é um desdobramento da Lava Jato. Adriana Ancelmo foi alvo de condução coercitiva, no dia da prisão do marido, quando prestou depoimento na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio e em seguida foi liberada. Os agentes federais também cumpriram mandado de busca e apreensão no Escritório Ancelmo Advogados.

Na última segunda-feira (28), o juiz da 7ª Vara Federal do Rio, Marcelo Bretas, responsável pela força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, determinou o bloqueio de bens imóveis da mulher de Sérgio Cabral, e do escritório de advocacia Ancelmo Advogados, de propriedade dela. O magistrado atendeu a pedido do Ministério Público Federal.

>> Joalheria entrega lista de 460 joias compradas por Cabral

No pedido, o MPF narra que os laços familiares e de intimidade de Adriana com os demais investigados são inegáveis. As apurações preliminares revelaram que ela praticou diversos atos que, aparentemente, representam evidências de sua participação na lavagem e na ocultação de proveitos de origem ilícita decorrentes da corrupção, supostamente praticada por seu marido, o também investigado Sérgio Cabral.

Na decisão, o juiz Marcelo Bretas disse que, no aprofundamento das investigações, foi identificada a participação da investigada Adriana Ancelmo na atividade da suposta organização criminosa. 

Por essa razão, segundo o magistrado, tornou-se medida necessária a decretação do bloqueio dos seus bens imóveis, “em especial no que diz respeito à aquisição de grande quantidade de joias de altíssimo valor, normalmente em dinheiro vivo, pela própria investigada ou por pessoas interpostas, nas principais joalherias do Rio de Janeiro”.