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Em depoimento à PF, Cabral afirma estar indignado e que tem a "consciência tranquila"

Ex-governador criticou as "mentiras absurdas" e disse que acredita na Justiça

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Em depoimento prestado à Polícia Federal, protocolado nesta segunda-feira (21), o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral afirmou ter "a consciência tranquila quanto às mentiras absurdas que lhe foram imputadas" e que "acredita na Justiça."  Ele negou as acusações atribuídas a ele sobre recebimento de uma "mesada" para beneficiar empreiteiras em licitações, e afirmou que nunca intercedeu junto a clientes.

Cabral afirmou à PF que está "indignado" com a sua prisão. Ele ainda negou ter feito alguma intervenção para beneficiar a empresa Delta Construções, responsável pela obra de reforma do Maracanã.

O ex-governador afirmou ainda ter tido apenas reuniões referentes a obras com Clóvis Primo e Rogério Numa, executivos da Andrade Gutierrez, no Palácio Guanabara, e que os encontros eram sempre acompanhado por secretários estaduais, e nunca feitos individualmente.

>> Veja na íntegra o depoimento de Cabral à PF

Cabral negou veementemente a existência de qualquer tipo de intercessão que tenha feito para beneficiar a empreiteira Delta para a reforma do Maracanã, e que a Delta teria faturado valores mais elevados durante a gestão da ex-governadora Rosinha Garotinho.

A investigação que resultou na prisão de Cabral teve como ponto de partida as delações de Primo e Numa, feitas no âmbito do inquérito do caso Eletronuclear.

Sérgio Cabral foi preso durante Operação Calicute, na última quinta-feira (17), sob acusação de receber "mesada" de empreiteiras em troca de favorecimento em licitações. Os valores da mesada variavam entre R$ 200 mil e R$ 500 mil, pagos pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia em contrapartida à cartelização das construtoras. Os pagamentos ocorreram entre 2007 e 2014.

O desvio de recursos aconteceu principalmente em três grandes obras, a reforma do Maracanã, do Arco Metropolitano, e o PAC Favelas, nas quais o prejuízo foi estimado em mais de R$ 220 milhões. Os procuradores lembraram que a obra do Maracanã foi custeada pelo governo federal, e a do PAC Favelas teve parte de recursos federais.

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