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Mulheres promovem protesto no Rio contra a violência de gênero na América Latina

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A violência contra as mulheres motivou um protesto, na noite desta terça-feira (25), no centro do Rio. O ato Ni Una Menos (Nenhuma a menos, em português) foi realizado na sequência a uma série de manifestações feministas em vários países da América Latina, após o assassinato da adolescente argentina Lucia Perez, de 16 anos, estuprada e morta na cidade de Mar del Plata.

O protesto começou nas escadarias da Assembleia Legislativa, onde as participantes discursaram, e prosseguiu pela Avenida Rio Branco, até chegar na Cinelândia. Carregando balões de gás roxos, as ativistas seguiram cantando e carregando cartazes. Algumas levaram os filhos ao protesto.

“Este ato está percorrendo a América Latina, por conta dos feminicídios que assistimos todos os dias. O caso da jovem Lucia fez com que nos mobilizássemos. Nós nos Brasil estamos saindo às ruas contra uma série de agressões que sofremos”, disse Tatiante Araújo, militante feminista e servidora da saúde federal.

A defensora dos direitos humanos e advogada Eloisa Samy lembrou que o ato também servia como protesto contra o estupro coletivo sofrido por uma mulher, no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio.

“O Brasil é o quarto país no mundo em número de violência contra a mulher. E não existem políticas públicas voltadas à prevenção disso. A lei do feminicídio é do ano passado e ainda não existe um único caso em que ela tenha sido aplicada. Essa mulher de São Gonçalo deveria estar num programa de proteção. É mais um caso que demonstra como estamos despreparados para enfrentar essas situações. Na cidade do Rio nós temos delegacias especializadas para atender as mulheres em número suficiente, o que já não ocorre na Baixada Fluminense nem no interior do estado”, declarou Eloisa.

Segundo os organizadores do ato, dos 25 países com maior taxa de feminicídio no mundo, 14 estão no continente latino-americano. O crime de feminicídio foi tipificado na Lei 13.104, de 2015, quando se mata uma mulher por razões da condição do sexo feminino.