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'Estão tentando abafar as investigações', disse o autor da CPI da Olimpíada

O autor da CPI, Jefferson Moura, disse que vai encaminhar as denúncias ao MPF

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“A reunião não aprovou a convocação dos investigados. Marcou nova reunião para uma véspera de feriado. Estão tentando abafar as investigações”, disse o autor do pedido da CPI da Olimpíada, Jefferson Moura (Rede), após a sessão desta terça-feira na Câmara de Vereadores. “Tomei a decisão de encaminhar todas as informações e denúncias diretamente ao Ministério Público Federal, já que para mim está claro que o que aconteceu ali não foi uma reunião de CPI. Eram quatro pizzaiolos que querem que essa reunião acabe em pizza”, exclamou.  

Os "quatro pizzaiolos" mencionados por Jefferson são os vereadores peemedebistas Átila Nunes, presidente da comissão, Thiago K Ribeiro, relator, e os membros Eduardão e Jorginho da SOS. 

Após pressão e determinação da 7ª Vara da Fazenda Pública, a CPI da Olimpíada foi realizada nesta terça-feira (27), na Câmara dos Vereadores do Rio, com todos os membros presentes. A reunião propôs a convocação do secretário de Projetos Estratégicos e Concessões de Serviços Públicos e Parcerias Público-Privadas do Rio de Janeiro, Jorge Arraes; do presidente da Empresa Municipal de Urbanização (RioUrbe), Armando Queiroga, e de representantes de empreiteiras e incorporadoras que participaram da construção ou reforma dos equipamentos para a Rio 2016. 

Segundo Jefferson, a alegação dos peemedebistas que não aprovaram a convocação é de que ainda existem novos documentos referentes à investigação que devem ser analisados antes de ser feita a chamada. Entretanto, o autor do pedido disse que a base dos requerimentos são documentos de abril. 

“São pessoas fundamentais para nos dar esclarecimentos. A base do governo se recusa a convidar os responsáveis”, destacou.

A CPI estava suspensa desde 31 de maio em decorrência das manobras da presidência da Casa Legislativa. A Comissão Parlamentar de Inquérito, que tem como objetivo apurar os gastos com a realização da Rio 2016, está em funcionamento depois que  juiz Luiz Eduardo Antônio Klausner deu um ultimato à Presidência da Casa.

Na última sexta-feira (23), Klausner deu mais um parecer exigindo o prosseguimento dos trabalhos, sob pena de punir os que atrapalham as investigações. No novo despacho do juiz Klausner, em resposta ao pedido da 9ª Câmara Civil, ele destaca: "Deve ser esclarecido que o Presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, autoridade apontada no mandamus como co-autora e a quem foi dirigida a ordem liminar, não podia sequer ter a iniciativa de levar o assunto ao Plenário ou aceitar sua manifestação contra a instalação da CPI ou seu funcionamento, pois o trabalho da CPI e no que corresponde ao seu funcionamento estava na órbita do cumprimento da ordem judicial preclusa, não sendo, portanto, da competência do Plenário deliberar sobre o funcionamento da mesma".