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Em 12 anos, Rio de Janeiro reduziu em 90% emissões de monóxido de carbono

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Com as medidas de controle implantadas desde 2004, as emissões atmosféricas de gases do efeito estufa, como monóxido de carbono (CO) e óxido de nitrogênio (Nox), foram reduzidos em até 90% na região metropolitana do Rio de Janeiro. Os dados estão no segundo Inventário de Emissões Veiculares, lançado nesta quinta (22), em evento no Museu do Amanhã, na Praça Mauá.

Na comparação com o primeiro inventário, publicado em 2004, as emissões de CO na região diminuíram 90% e as de NOx foram reduzidas em 75%, mesmo com o aumento de vias no levantamento, que passou de 186 para 1.233, e da frota, que era 885.716 em 2004 e agora é de 1.352.561 veículos. Segundo o levantamento, 63% da poluição atmosférica medida vem de automóveis particulares.

De acordo com o secretário de Estado do Ambiente, André Corrêa, medidas adotadas pelo estado, como as vistorias dos veículos, inspeção em parceria com o Procon e incentivo ao uso do Gás Natural Veicular (GNV) contribuíram para a melhora.

“Nós somos o único estado do país que já há algum tempo faz uma parceria com o Detran, que é o órgão de trânsito, e temos aquelas inspeções, que às vezes as pessoas reclamam um pouco, mas essas inspeções deram resultado e está comprovado hoje, são sados muito significativos”.

Segundo a SEA, medidas adotadas no âmbito federal também contribuíram, como o uso de etanol e o biodiesel, a qualidade do combustível vendido e normas mais rigorosas para a fabricação de veículos. O secretário também destaca a importância da transparência, com a disponibilização dos dados na internet (https://www.inea.rj.gov.br/cs/groups/public/@inter/documents/document/zwe…. edisp/inea0126662.pdf)

“No Brasil é o primeiro inventário de região metropolitana, porque você tem os inventários do Estado inteiro. A nossa tendência é cada vez mais conseguir hierarquizar, com essas quantidades, as avenidas, as ruas. A Avenida Brasil, por exemplo, continua sendo a campeã de poluição na região metropolitana do Rio de Janeiro. Vamos ver se com o BRT vai trazer efeitos positivos”.

Antes do lançamento do inventário, pela manhã, funcionário da SEA e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) fizeram um passeio ciclístico da sede do órgão, na Avenida Venezuela, até a Praça Mauá, para comemorar o Dia Mundial sem Carro, lembrado nesta quinta para incentivar o uso de transporte coletivo ou alternativo.

Privatização da Cedae

Sobre a venda da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), prevista no plano de concessões do governo federal (https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-09/primeira-leva-d...), Corrêa informou que não há outra forma de fazer o saneamento de todo o estado.

“Há um consenso, não há como o Rio de Janeiro avançar na área de saneamento sem a participação da iniciativa privada. Tem vários modelos de você fazer essa parceria. Na área de esgoto é fundamental, o estado não tem o recursos necessários. Só aqui no entorno da Baía de Guanabara são necessário 21 bilhões de reais”.

De acordo com o secretário, os estudos estão avançados e seguem dois modelos, com investimento previsto de cerca de R$ 7 bilhões em 15 anos, em 11 municípios do entorno da baía, para alcançar a cobertura de 80%.

“Um discutindo a parceria público-privada, onde a iniciativa privada cuide do esgoto e da gestão comercial da água, que é o que tá mais adiantado e eu defendo hoje pelos estudos já estarem prontos, porque diante da carência de recursos, o que a gente colocar na rua mais rápido e que traga mais efeito é o melhor. Nada impede que no futuro se discuta algo para complementar. E o outro que seria a concessão geral da parte de distribuição de água da Cedae”.

*Colaborou Joana Moscatelli, repórter do Radiojornalismo