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Poucas arenas olímpicas vão permanecer como legado dos Jogos

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A imagem de um castelo de areia que se desfaz com as ondas do mar pode ser rigorosa demais. Mas cabe em várias situações. Antes mesmo do sucesso da Olimpíada do Rio, as promessas de legado esportivo soavam como frases decoradas por políticos e dirigentes de entidades. Agora, estão ainda mais em evidência. Indefinições, no entanto, deixam essa aposta no ar.

Esse eventual legado está muito associado às instalações que receberam os Jogos. O desmonte é certo, por exemplo, na arena de vôlei de praia, em Copacabana, e no centro aquático que viu o show de Michael Phelps, no Parque Olímpico. As duas piscinas dali serão doadas para o uso da população nos bairros de Campo Grande e Madureira - não se sabe como isso vai funcionar na prática. Esses espaços ficariam à disposição da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) para treinos e torneios.

Já o destino do velódromo, casa do ciclismo de pista, é o mais incerto. Essa instalação, uma das mais vistosas do Parque Olímpico, custou R$ 137,7 milhões ao governo federal e prefeitura e sua manutenção é cara. Há declarações desencontradas dos dois entes públicos de que será preservado. Mas não está afastada a hipótese de vir a se tornar uma casa de shows.

Ainda no coração dos Jogos, a Arena Carioca 3 vai virar uma escola municipal e a Arena do Futuro, que recebeu o handebol, será transformada em mais quatro colégios. A princípio, devem se manter como referência para uso de atletas de ponta o centro de tênis e a Arena Carioca 2 - já a Arena Carioca 1 também está cotada para ser uma casa de espetáculos.

No Complexo de Deodoro, o panorama não é muito diferente. Lá, já havia o centro de tiro esportivo e o centro hípico.  Nada disso se  altera. Mas as arenas da Juventude, e as do rugby de sete e do hóquei sobre grama estão com os dias contados, assim como parte importante da estrutura que serviu ao pentatlo moderno.

No local, o circuito de mountain bike também vai se despedir dos cariocas e as instalações do BMX e da canoagem slalom vão virar um parque público para a prática de esportes radicais.

O Parque Maria Lenk, que deve ceder a sua piscina de aquecimento,  e a Arena Olímpica já estavam de pé para o Pan-Americano de 2007 e não serão mexidos. Claro, isso também vale para o Engenhão, o Maracanãzinho e o Estádio Mário Filho, o Maracanã. Assim como para a estrutura do estádio de remo da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde Isaquias Queiroz fez história com três medalhas na canoagem velocidade.

O resumo do legado:  das 15 instalações construídas ou montadas para a Olimpíada, apenas três ou quatro devem se manter intactas. Não se inclui nessa lista a área do campo de golfe, que vai passar por uma remodelação a fim de se adaptar a um megainvestimento imobiliário.