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'Seria injusto não reconhecer papel de Lula e Dilma na Olimpíada', diz Paes

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O prefeito Eduardo Paes acredita que é preciso reconhecer o papel do ex-presidente Lula e da presidente afastada Dilma Rousseff para a realização da Olimpíada no país. Em entrevista ao jornal El País, questionado se o governo interino teria se aproveitado do evento para se beneficiar politicamente, o peemedebista comentou que a "Olimpíada foi fruto de um trabalho de muitas mãos". 

"Seria injusto não reconhecer o papel da presidente Lula, da presidente Dilma, do Cabral, do Pezão... O Michel Temer foi super colaborativo, entendeu a importância do evento. Quanto mais gente quer aparecer, mais feliz vou ficar. O presidente Temer ajudou muito. Esse recurso de 3 bilhões que deu para o governo do Estado foi mais dinheiro do que já tinha sido colocado até então", ressaltou Eduardo Paes ao jornal. 

Eduardo Paes destacou que sempre foi "otimista" em relação à realização dos Jogos -- "a gente sabia o que estava fazendo" --, e apontou para as "críticas malucas" e "absurdos" que falavam sobre a cidade-sede dos Jogos de 2016, que ele acompanhou "incrédulo. 

"As pessoas adoram falar do jeitinho brasileiro que resolve tudo. Não tem jeitinho. Tudo foi muito planejado. É óbvio que tudo pode ter uma necessidade e aí o jeitinho brasileiro ajuda muito. Agora, tudo foi muito planejado. Não me surpreendeu. A questão da mobilidade, que é o enorme desafio, a gente sabia o que tinha mudado. Para mim não foi surpresa. O que me surpreendeu foi o exagero das criticas no período anterior", apontou o prefeito.

De acordo com ele, a cidade está com "tudo encaminhado" para realizar uma "bela" Paralimpíada. "Temos uma gestão fiscal bem feita. Agora, não estamos numa ilha, estamos dentro Brasil. Se o Brasil está nessa recessão, óbvio que vamos sentir. Mas acho que já sobrevivemos ao momento mais difícil. A gente reduziu nossa dívida, temos folha de pessoal sob controle, custeio sob controle. É uma questão de competência e capacidade de gestão. A situação é mais confortável do que a que eu encontrei."

Paes criticou ainda o governo estadual do Rio. "Quero acreditar que o Governo do Estado vai continuar tocando um projeto de segurança pública sem enfrentar esses sobressaltos malucos como não pagar salários. Isso realmente não dá pra aceitar", reforçou.

Sobre o sucesso do Boulevard Olímpico e o funcionamento pós-Jogos, Paes informou que a ideia é prosseguir com o que já vinha sendo feito, com "artista de rua, food truck, restaurante funcionando..."

Questionado sobre o projeto original de reforma da região portuária, que incluía um plano de habitação popular, o prefeito informou que este "exige muito ativismo estatal", e que é preciso atrair o mercado imobiliário, que está parado devido à crise. "Então, o mercado retomando, metade dos Cepacs [títulos para financiar operações urbanas consorciadas que recuperam áreas degradadas nas cidades] obrigatoriamente vão para residência."