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Manifestantes fazem protesto contra a Olimpíada nas proximidades do Maracanã

Mais cedo, ativistas fizeram ato em Copacabana, e chegaram a desviar o trajeto da tocha olímpica

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Na tarde desta sexta-feira (5), manifestantes se concentram nas proximidades do Maracanã onde acontece, a partir das 20 horas, a cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio. Os ativistas estão na Praça Sans Peña, na Tijuca, Zona Norte do Rio, com faixas e cartazes contra os Jogos.

As vias nas proximidades do Maracanã estão bloqueadas desde a 0 hora desta sexta-feira. O perímetro de interdição foi ampliado a pedido das forças de segurança. O estádio receberá 80 mil pessoas, e mais de 40 chefes de Estado.

Mais cedo, manifestantes realizaram um protesto contra o presidente interino, Michel Temer, pelo retorno da presidenta afastada, Dilma Rousseff, na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O ato acabou alterando o trajeto de revezamento da tocha olímpica na Praia de Copacabana, mas a passagem foi retomada, com atraso, para outros bairros da Zona Sul.

Guilherme Boulos, da coordenação do MTST, destacou na abertura do ato a necessidade de mostrar não só para o Brasil, mas também para o mundo todo que está de olho no Brasil com a Olimpíada, que há nosso Brasil um "governo ilegítimo", de um "presidente que não recebeu voto de ninguém" e que ainda "quer aplicar um programa de retrocessos". "Há um golpe institucional, um golpe parlamentar acontecendo no Brasil, e nós temos que quebrar a barreira da mídia brasileira, que não diz coisa nenhuma a esse respeito."

Boulos também apontou para as consequências da realização da Olimpíada no Rio. "O tão falado legado dos Jogos Olímpicos não foi e não é um legado para a maioria dos cariocas, o legado se chama despejo, remoção, militarização da cidade e aplicação de recursos públicos em questões que não são prioritárias", apontou, destacando ainda que, a poucos metros do Maracanã, que recebe a cerimônia de abertura do megaevento nesta sexta, fica a sucateada Uerj, onde trabalhadores terceirizados estão sem receber salário há vários meses."

O ativista também ressaltou que novos atos devem acontecer ao longo dos Jogos. "Não é ameaça de criminalização, não é ameaça vazia de um ministro interino e golpista da Justiça (para quem eu queria pedir uma vaia aqui), não nos calarão, seguiremos a luta, e os Jogos Olímpicos vão ser momento de denúncia do golpe do governo ilegítimo do ataque aos direitos sociais."

Uma das diversas faixas levantadas no ato dizia, em inglês e em português, "Nós queremos Temer fora e nossos direitos. Não queremos Olimpíada". Outra dizia, em português, "Fora, Temer! Nenhum direito a menos! Contra a calamidade olímpica!"

O ato, que ocorre em frente ao Hotel Copacabana Palace, é organizado pelas frentes Povo Sem Medo, Brasil Popular e Esquerda Socialista, além da Plenária dos Trabalhadores em Luta do Rio e pelo CSP-Conlutas. De acordo com os organizadores, cerca de 30 mil pessoas estão presentes no protesto em Copacabana.

Outra manifestação, realizada no entorno do Maracanã, também alterou o caminho da chama olímpica. Parentes de policiais mortos caminharam em direção ao estádio, entregando flores a PMs que estavam no local. Viúvas fizeram oração e soltaram balões brancos manchados de tinta vermelha, com fotos de policiais mortos.

A cerimônia de abertura dos Jogos 2016 é realizada na noite desta sexta, no Maracanã.