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Eduardo Paes diz que está preparado para vaias na abertura dos Jogos

Prefeito afirmou que houve roubos em apartamentos na Vila dos Atletas

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O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que o momento atual do Brasil, de crise política e econômica, não é o ideal para sediar uma Olimpíada. "As pessoas não fazem ideia do que foi fazer e entregar esse evento com o Brasil nas condições que está e que não começaram ontem. O que estamos fazendo é um milagre", disse Paes ao Estado de S.Paulo desta sexta-feira (29).

Questionado sobre se estaria preparado para receber vaias na abertura dos Jogos Olímpicos, no dia 5 de agosto, no Maracanã, o prefeito afirmou que já espera por uma reação negativa do público brasileiro e acrescentou que o presidente interino Michel Temer também espera pelas vaias.

"Como dizia Nelson Rodrigues, no Maracanã até minuto de silêncio recebe vaia. Imagina. Acho uma cultura feia do Brasil, principalmente quando a gente está em uma exposição internacional. Acho uma super falta de educação, como achei o que fizeram com a presidente Dilma, inclusive com grosserias, na Copa do Mundo. É a realidade brasileira. Até disse para o presidente Temer: ‘fique tranquilo que o senhor receberá a vaia da largada e eu recebo a da saída (festa de encerramento)".

O prefeito comentou, ainda, o episódio da Vila dos Atletas, em que delegações de alguns países queixaram-se das acomodações. Segundo ele, houve "um problema gravíssimo de gestão" e que durante três meses os apartamentos destinados aos atletas foram invadidos e muitas coisas se roubaram.

"As portas ficaram meio abertas, foi uma falta de atenção do comitê organizador, objetivamente. Você recebe as chaves de uma casa, você lista as condições. Não tinha (na entrega dos imóveis pelos construtores) nenhum apartamento sem privada, sem luminária. Isso tudo infelizmente foi roubado ao longo desses três meses. Não me pergunte por quem, eu não sei. Tanta gente entrou e saiu. O mais grave é que o grito de socorro só aconteceu na quinta-feira passada. Se tivesse um grito de alerta na sexta-feira anterior, estaria tudo resolvido. A gente tem reuniões com o COI, com o comitê organizador, pelo menos três vezes por semana. Tem planilha de alertas, de problemas", relatou Eduardo Paes.

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