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'La Nacion': "Grande dívida é do Estado, assim como descontaminação da Baía e metrô", diz Paes

Em entrevista, Eduardo Paes diz: "Foi um alívio a prisão do grupo, me deu otimismo"

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A edição de sexta-feira (22) do jornal argentino La Nacion traz uma entrevista exclusiva com Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro. Ao iniciar a conversa, falando sobre a prisão dos 10 homens que supostamente estariam programando um ataque terrorista nas Olimpíadas, ele afirmou com rapidez:

"Isso mostra que as forças de segurança trabalham seriamente"

Segundo o La Nacion,  mais do que preocupá-lo com a segurança do Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos, o prefeito da cidade considerou uma boa notícia a prisão dos suspeitos de planejar ataques terroristas.

"Foi um alívio, me deu um grande otimismo, porque mostra que as forças de segurança estão trabalhando seriamente. Embora esta não seja a área do prefeito, mas de nível nacional através da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência, tenho acompanhado este trabalho ha algum tempo". 

Paes ressaltou em entrevista ao La Nacion, que analisou as realizações e as contas pendentes para os Jogos. 

>> Justiça Federal exige apresentação de legado da Olimpíada

> > Eduardo Paes: "Esto muestra que las fuerzas de seguridad trabajan de manera seria"

perguntamos se ele não tem medo que as ações terroristas possam ofuscar o meio ambiente. A militarização da cidade com soldados nas praias, é um mal necessário?

É algo que acontece sempre em grandes eventos de cúpula no Rio desde 1992, e até mesmo durante as Copas do Mundo em todos os países. Eu não me sinto desconfortável com isso se é para a segurança de todos. A mesma cena foi vista nos Jogos de Londres e no ano passado, quando fui para Paris para a reunião sobre as alterações climáticas. Em um mundo como o de hoje, precisamos ter mais medidas de segurança e quando vejo fico mais calmo.

Faltando 15 dias para o início dos Jogos, quais são suas preocupações?

A parte das obras que são de responsabilidade da cidade está pronta. Agora há apenas algumas questões de responsabilidade do Estado do Rio de Janeiro, como o metrô, por exemplo. O resto é realizado pela Comissão Organizadora. Não estou preocupado, a cidade está pronta.

O Processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff vai acabar logo após os Jogos, quando o Senado votará pela sua saída ou permanência. Você acha que a turbulência política pode interferir com os Jogos?

Se a crise política não atrapalhou até agora a realização das Olimpíadas, não vejo o que poderia acontecer durante os Jogos. No Rio haverá uma atmosfera de festa.

A Imprensa internacional está sendo muito injusta com o Rio?

Não apenas com o Rio, mas com todas as cidades que sediaram Jogos Olímpicos. Sempre criticam tudo que é feito para os Jogos, dizem que não é, enfim, faz parte do seu papel.

Em uma retrospectiva, teria feito algo diferente?

De minha parte, nada. As promessas que fizemos, entregamos muito antes do que estava proposto. Quase 60% dos investimentos nas instalações olímpicas foram oriundas do setor privado e posso dizer que tudo que foi feito com dinheiro público custou menos do que o Estádio Olímpico de Londres. Reduzimos em 35% o custo total proposto na nomeação. Tudo isso é uma fonte de orgulho. Além do legado: um sistema de transporte moderno no centro, a rede de faixas exclusivas para ônibus, novos túneis, um sistema para evitar inundações ... Nós fizemos muito mais do que o que prometemos.

Mas e quanto às falhas no fornecimento de energia para o transporte das linhas de VLT e do metro, e as coisas que não foram alcançados, como a prometida descontaminação de 80% da Baía de Guanabara; a extensão do metrô que ainda não está completa; além de uma ciclovia que desmoronou e matou duas pessoas?

Há problemas em todos os lugares: em Paris loucos dispararam em centenas de pessoas em um show e bares; Em orlando um cara atacou um clube gay; Bom, uma outra pessoa passou por cima de uma multidão com um caminhão ... Em Buenos Aires está  tudo maravilhosamente bem? Não existem problemas na Plaza de Mayo? Enfim, isso é a vida! Há problemas em todos os lugares. A ciclovia sim eu posso dizer que foi uma tragédia, mas não podemos fazer um drama de tudo. A grande dívida é da responsabilidade do Estado, assim como a descontaminação da Baía de Guanabara e da lagoa. Ainda assim, há muito mais feito do que a fazer.

Como gostaria de ser lembrado?

Como o prefeito mais amado da cidade. Rio evoluído muito. Não é perfeito, mas é muito melhor.