ASSINE
search button

"Vias expressas são verdadeiras faixas de Gaza", diz marido de médica assassinada

Renato Palhares contou que eles pensavam em comprar um carro blindado

Compartilhar

O marido da médica assassinada durante uma tentativa de assalto na Linha Vermelha, Renato Palhares, cobrou do Estado uma ação efetiva contra a violência, após sua mulher ter sido morta com um tiro na cabeça. 

"Peço às autoridades, ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que isso não fique impune. Não dá para ficar andando de carro blindado", disse Renato, que também é médico. O casal estava junto há 14 anos. 

E, além disso, ele contou que havia conversado recentemente com a mulher sobre a compra de um carro blindado. Apesar disso, o médico disse que a esposa relutava e não achava necessário.

O caso ocorreu no início da noite de ontem (25), na entrada da Linha Vermelha, na altura da Pavuna, na Baixada Fluminense.

De acordo com a polícia, a médica Giselle Gouvêa, 34 anos, voltava de Nova Iguaçu e ao tentar pegar um dos acessos à Linha Vermelha, foi abordada por criminosos e atingida por disparos quando estava ao volante de seu veículo, um Land Rover. A médica foi participar da inauguração do Centro de Acolhimento ao Deficiente (CAD), em Nova Iguaçu.  Ela era diretora da Clínica da Família de Vila Cava, na mesma cidade.

A última mensagem que Giselle e o marido trocaram foi por volta de 15h30 e às 19h, a irmã de Gisele ligou para Renato e disse que um PM havia ligado para ela falando que a esposa sofreu um acidente na Dutra. "Comecei a entrar em contato com amigos médicos e soube que no Hospital de Saracuruna havia um óbito por traumatismo cranioencefálico. Quando eu cheguei lá, a vi daquele jeito. Com um tiro na cabeça", contou o médico, que também critico a violência nas vias expressas do Rio: “são verdadeiras faixas de Gaza.”

Giselle Gouvêa chegou a ser levada por uma ambulância do Corpo de Bombeiros para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias, mas não resistiu. 

Em sua página na rede social Facebook, a última mensagem era sobre a inauguração do CAD. “É hoje! Vamos inaugurar às 14h, o Centro de Acolhimento ao Deficiente (CAD), na Unidade Caiesp. Tratamento especializado e médicos capacitados para reabilitação da pessoa com deficiência. Venha ver de perto mais essa conquista para nossa cidade!”. Nas redes sociais, parentes e amigos lamentam a morte da médica.

O local de onde Giselle estava vindo e seu local de trabalho, Clínica da Família 24 horas do bairro Vila de Cava, emitiu uma nota, junto do secretário de saúde de Nova Iguaçu:

"A notícia da morte da diretora médica da Clínica da Família 24 horas do bairro Vila de Cava, Gisele Palhares Gouvêa, na noite de sábado (25/06), deixou a todos estarrecidos. Esperamos que o crime seja esclarecido o mais rapidamente possível.  Neste momento, nos solidarizamos com a família de Gisele, que era uma excelente profissional, dedicada, comprometida com a Saúde de Nova Iguaçu e que fará imensa falta a todos nós.

Emerson Trindade -  Secretário de Saúde de Nova Iguaçu"

>> PM que exercia função na segurança de Paes é morto no Rio de Janeiro

>> Médica é morta a tiros em tentativa de assalto na Linha Vermelha