Após toda polêmica criada em torno do decreto de calamidade pública feito pelo governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PMDB), convocou uma entrevista coletiva para deixar claro que a situação do município é diferente da do estado e deixou uma mensagem: “A Olimpíada não quebrou a administração municipal e pouco influenciou na derrocada econômica do Estado.”
“Não existe nenhuma relação entre as obras olímpicas e a crise financeira pela qual passa o governo do Estado”, declarou Paes, antes mesmo de começar a apresentação mostrando os investimentos da prefeitura nos Jogos e os legados que ficarão após o término das competições.
“Se as Olimpíadas tivessem sido responsáveis por quebrar financeiramente alguém, esse alguém é a prefeitura e não o governo do Estado. E ao contrário disso temos um dos menores índices de endividamento do Brasil, nossa dívida saiu de 80% da Receita Corrente Líquida e foi para 30% nesse período de Olimpíada”, comentou o prefeito, lembrando que 93,5% das obras olímpicas estão sendo realizadas pela prefeitura do Rio.
Sobre o decreto do governador, Paes admitiu que foi ruim para a imagem do país e dos Jogos no exterior, e defendeu a decisão do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), em ajudar financeiramente o governo carioca. “É óbvio que sim (que prejudica a imagem). Mas me parece que não há ilegalidade no decreto de calamidade pública do Estado do Rio”, disse.
Para encerrar, Paes lembrou que, apesar do Brasil ter perdido o primeiro grau de investimento nas agências de ratings, o município do Rio manteve o “investment grade”. E lamentou que após o segundo rebaixamento da união, a cidade do Rio também tenha perdido grau de investimento. “Infelizmente na segunda perda do grau de investimento do país, o Rio também perdeu. Nós não vivemos em uma ilha”.