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Operação no Rio que busca suspeitos de estupro coletivo detém uma pessoa

Autor do vídeo e jogador foram liberados pela polícia após negarem o crime

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Cerca de 70 policiais militares realizam uma operação na comunidade São José Operário, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para buscar suspeitos de terem participado do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos. Os PMs detiveram uma pessoa e apreenderam drogas. O nome do suspeito não foi divulgado. Os agentes teriam sido recebidos a tiros na comunidade, sem registro de vítimas.

Na noite desta sexta-feira (27), a Polícia Civil ouviu depoimentos de pessoas investigadas no caso e também da vítima, mas disse não ter chegado à conclusão de que houve estupro. Foram ouvidos Raí Souza, 18, que segundo o delegado seria o dono do celular que gravou o vídeo divulgado na web, o jogador Lucas Perdomo, 20, apontado como namorado da vítima, e uma jovem que estaria com os três quando o caso ocorreu.

Raí admitiu ter tido relações sexuais com a menina, mas negou que tenha sido estupro. Já Lucas disse que estava com outra menina, na mesma casa, na noite em que os fatos ocorreram, e negou que tenha ocorrido um estupro. Eles alegaram ainda que o local era conhecido como "abatedouro". Os dois foram liberados.

A advogada Eloisa Samy, que defende a adolescente vítima de estupro, criticou o trabalho da Polícia Civil, e afirmou que os investigadores estão tratando o ocorrido de forma machista. Ela pediu que o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), seja substituído por alguma delegada no comando da apuração.

Thiers havia informado antes que não há ainda como provar que houve estupro, mas concordou que houve o crime de exposição de cena pornográfica da adolescente, pena que vai de 3 a 6 anos de prisão, previsto no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).

Eloisa Samy criticou as perguntas feitas por Thiers no interrogatório da adolescente. "O delegado perguntou se a menina de 16 anos, uma menina vítima de estupro coletivo, tinha por hábito fazer sexo em grupo."

>> Prisão de suspeitos de estupro ainda está sendo avaliada, diz chefe da Polícia Civil

De acordo com a Polícia Militar, policiais de sete batalhões participaram da ação na comunidade. O Batalhão de Ação com Cães também auxilia nas buscas. A operação conta ainda com o suporte de um helicóptero e de veículos blindados.

A polícia afirma não ter encontrado resistência de criminosos ao entrar na comunidade, mas, em uma parte mais alta do morro, houve um "breve confronto". Os militares disseram que ninguém se feriu.

A nota enviada à imprensa pela Polícia Militar destaca que a operação busca reprimir também outros crimes: "identificar os criminosos que praticaram o estupro coletivo contra uma menor de 16 anos, dar maior sensação de segurança a população, prevenção e repressão os crimes de roubo de veículos, roubo de cargas, roubo de rua e o tráfico de drogas".

* Com Agência Brasil