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Polícia do Rio investiga vídeo de possível estupro coletivo divulgado no Twitter

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A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro (DRCI) abriu investigação para apurar vídeo de um possível estupro coletivo, postado quarta-feira (25) no Twitter. As imagens postadas na rede social mostram uma menina desacordada com órgãos genitais expostos e geraram indignação.

No próprio vídeo um homem diz que “uns 30 caras passaram por ela”. Militantes feministas levaram o caso para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ)e foi feita uma denúncia anônima com o vídeo e capturas de tela das redes sociais.

A Ouvidoria do MP recebeu outras 800 comunicações. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, o material será encaminhado para a 23ª Promotoria de Investigação Penal porque, segundo denúncias, a vítima pode estar desaparecida e é a promotoria que trabalha junto à Delegacia Anti-Sequestro (DAS).

A conta que inicialmente divulgou o vídeo foi bloqueada do Twitter após uma série de denúncias.

A Safernet, organização sem fins lucrativos dedicada à defesa e promoção dos direitos humanos na internet, pede que as imagens não sejam compartilhadas para não expor ainda mais a vítima, e diz que também está tomando providências.

Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio divulga nota sobre o caso

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (CDDH) exige rapidez e rigor na apuração e identificação e punição dos envolvidos neste ato de barbárie, ocorrido no dia 20 de maio,  na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e amplamente divulgado pelas redes sociais nesta quarta-feira (25/05). Trata-se de um ato de barbárie e covardia. Segundo os relatos, mais de 30 homens teriam participado do ato criminoso.

A agressão a esta jovem é também uma agressão à todas as mulheres. Estamos assistindo crescente desumanização e desrespeito ao outro. As maiores vítimas têm sido as mulheres.

São registrados mais de 15 estupros por dia no Rio de Janeiro. Entre 2010 e 2014, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram mais de 27 mil casos registrados, fora aqueles que não entram nas estatísticas oficiais.

De acordo com o Art. 213 do Código Penal Brasileiro, “Constranger álguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso, com pena prevista de 6 (seis) a 10 (dez) anos de reclusão. (Código Penal Brasileiro, Título VI - Dos Crimes contra a Dignidade Sexual). A Comissão de Desesa dos Direitos Humanos alerta para o fato de ser ato criminoso também, previsto no Código Penal Brasileiro, a  divulgação dessas imagens.

É preciso mais que investigar e punir os responsáveis pelo estupro de vulnerável.  É preciso refletir  sobre o aumento de casos de barbárie e agressões coletivos em nossa cidade e cobrar das autoridades policiais medidas preventivas para coibir essas ações criminosas. Humanizar e semear a solidariedade é um desafio do nosso tempo.

Nossa solidariedade à jovem violentada, à sua família e à todas as mulheres. 

Vereador Jefferson Moura (Rede)

Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos do Município do Rio de Janeiro