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Vereadores classificam como “golpe” a suspensão da CPI das Olimpíadas

Autor do requerimento de criação da CPI, Jefferson Moura, chamou ato de "atentado à democracia"

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A sessão plenária da noite da última terça-feira (17), na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro foi marcada por discussões e gritarias devido ao recurso impetrado pela vereadora Teresa Bergher (PSDB) questionando a composição da comissão da CPI das Olímpiadas. A confusão teve início após o vereador Jimmy Pereira (PRTB) sugerir que o plenário votasse a suspensão da CPI, a não ser no caso da autora do recurso retirasse a ação. Como a vereadora não estava presente na casa, não pode se manifestar. Os vereadores da oposição tentaram impedir a votação, já que o tema não constava na pauta do dia, porém, o presidente da casa, Jorge Felippe (PMDB), manteve a votação que somou 25 votos favoráveis à suspensão da CPI.

O vereador Jefferson Moura (Rede), autor do requerimento de criação da CPI, criticou a atitude do presidente da casa, e classificou a manobra como um “golpe à democracia e um desrespeito ao parlamento”.

“O que está acontecendo na Câmara Municipal do Rio de Janeiro é um verdadeiro absurdo, um atentado à democracia. O PMDB, a mando do prefeito Eduardo Paes, interrompe os trabalhos de investigação. São muitas as denúncias de corrupção, de relação com as empreiteiras e eles estão votando no plenário, impondo a suspensão dos trabalhos. Isso é um atentado à democracia e um desrespeito a esse parlamento”, criticou Moura.

Para o vereador Renato Cinco (Psol), a atitude do presidente Jorge Felippe foi orquestrada pelo PMDB com medo do andamento das investigações e sem nenhuma base legal e regimental.

“O PMDB está promovendo um golpe na Câmara Municipal com a votação da suspensão da CPI das Olimpíadas. Sem nenhuma base legal, sem nenhuma base regimental. Inclusive, o presidente declarou que está em processo de votação, caçando o direito à palavra dos vereadores da oposição. Esse é mais um golpe que está sendo patrocinado pelo PMDB”, comentou Renato Cinco (Psol).

Em vídeo publicado em uma rede social, Jefferson Moura lembrou de uma declaração do prefeito Eduardo Paes durante a inauguração da Marina da Glória, onde o chefe do executivo admite que pede aos vereadores da base aliada que não votem em projetos de cunho político, principalmente às vésperas de eleições.

“O prefeito Eduardo Paes pediu para essa casa não assinar a CPI das Olimpíadas. Na inauguração da Marina da Glória, ele disse que a base não deveria assinar a CPI com medo das investigações. O presidente Jorge Felipe, do PMDB (mesmo partido de Paes) entrou por três vezes na Justiça tentando impedir a instauração da CPI. Está clara a relação promíscua entre empreiteiras e o poder público dessa cidade. Está clara a relação promíscua entre as empreiteiras e o prefeito Eduardo Paes, o ex-governador Sérgio Cabral, o governador Luiz Fernando Pezão e o PMDB. Não tem jeito, podem tentar barras a CPI na Justiça, podem tentar barrar a CPI no dia-a-dia do funcionamento, mas não me calarão. Eles não calarão o Ministério Público Federal, não calarão a Operação Lava Jato”, publicou Jefferson Moura.

O vereador Leonel Brizola Neto (Psol), lamentou a suspensão e lembrou que muitas vidas foram perdidas durante as obras para os Jogos Olímpicos.

“O PMDB da um golpe na democracia enterrando a CPI das Olimpíadas. Impedindo que o povo do Rio de Janeiro possa investigar as obras das Olimpíadas, mesmo tendo tanta gente que faleceu. Esse é mais um golpe do PMDB no parlamento”, lembrou Brizola Neto.

Ainda de acordo com Jefferson Moura, os próximos passos dos vereadores da oposição serão tomar medidas para anular a sessão da última terça-feira e depois, apresentar um pedido de afastamento do presidente da Câmara dos Vereadores.