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Paes faz como Cunha e quer abafar investigações, diz vereador sobre CPI

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O vereador Jefferson Moura (Rede), que propôs a abertura da CPI das Olimpíadas para investigar gastos públicos e contratos com a Rio 2016, criticou o fato da presidência e relatoria da comissão terem ficado nas mãos de vereadores da base do prefeito Eduardo Paes (PMDB). Tradicionalmente, o parlamentar que propõe uma CPI é quem preside os trabalhos. Para ele, Eduardo Paes faz como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), para "abafar" investigações. 

“Hoje [terça-feira], tivemos uma péssima sinalização do futuro dessa CPI. É impossível não suspeitar de algo que deveria ser feito para investigar e denunciar atos ilegais durante as obras para os jogos tendo como presidente e relator dois membros do PMDB", alertou o vereador em sua página em redes sociais.

"De qualquer forma, a CPI das Olimpíadas no que depender de mim não vai acabar em pizza, como deseja o prefeito Eduardo Paes. Vai exigir mais esforço, mas certamente vamos investigar a aplicação dos recursos públicos nos equipamentos olímpicos", completou.

A CPI das Olimpíadas foi instalada na manhã desta terça-feira (3). A presidência foi designada ao vereador do PMDB, Átila A. Nunes, enquanto a Thiago K. Ribeiro (PMDB) coube a função de relator. 

Na ocasião, o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), que havia tentado impedir a criação da Comissão, procurou assegurar que o indeferimento não teve interferência do prefeito Eduardo Paes.

"A Secretaria Geral da Mesa Diretora, que é o órgão que nos assessora e orienta neste tema, deu parecer de que não existiria fato determinado, mas vários fatos, o que levou a indeferir o requerimento de vossa excelência. A questão da judicialização nada tem a ver com o prefeito Eduardo Paes, que não teve qualquer ingerência nesta CPI", disse Jorge Felippe ao vereador Jefferson Moura, que tem denunciado tentativas do prefeito Eduardo Paes de impedir a instalação da Comissão e limitar seu andamento.

A ciclovia Tim Maia, bem como as outras obras que fazem parte do Legado Olímpico, também farão parte das investigações da CPI das Olimpíadas. As empresas Contemat e Concrejato, do grupo Concremat, construtora da ciclovia que caiu, matando pelo menos duas pessoas, operaram com dispensa de concorrência, sob argumento de “obras emergenciais”.

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