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Caminhada pelo Morro da Babilônia revela história e apresenta visual único do Rio

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Muito em voga por conta de uma novela de mesmo nome que foi recentemente exibida na televisão brasileira, o Morro da Babilônia, no Leme, já está habituado aos holofotes há muito tempo. Em 1959, foi cenário de uma produção do cineasta francês Marcel Camus, chamada ‘Orfeu Negro’, que foi agraciada com a Palma de Ouro do Festival de Cannes e com o Oscar de melhor filme estrangeiro. 

Provavelmente, o visual deslumbrante da cidade apreciado a partir do topo do Morro da Babilônia foi o chamariz para os produtores do filme, assim como é, diariamente, para os cariocas e turistas que sobem pelas vielas da comunidade rumo ao cume do morro de 200 metros.

A posição privilegiada do Morro da Babilônia garantiu sua presença na história do país já no século XVII, quando os colonizadores portugueses construíram uma fortificação para vigiar a entrada da Baía de Guanabara. Na Segunda Guerra Mundial, o Exército Brasileiro construiu casamatas para proteger a cidade dos possíveis ataques. 

Entre as inúmeras atrações presentes no Morro da Babilônia, há as ruínas de um antigo telégrafo, construído em 1805 para ser usado como sistema de comunicação por bandeiras na defesa do Rio.

O processo de favelização ocupou a base do morro com as comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, hoje pacificadas e amplamente visitadas por turistas e cariocas em busca do estilo de vida das comunidades cariocas. 

Muitos estrangeiros escolheram a comunidade como porto, e alguns apostaram na economia local ao construir empreendimentos comerciais como bares e albergues.Na década de 80, foi iniciada pela cooperativa de moradores um projeto de replantio do Morro da Babilônia, que desgastado pela erosão e queimadas recorrentes era coberto por capim e terra batida. 

Ao longo de duas décadas, 60 hectares foram reflorestados, trazendo de volta o verde natural dos “jardins da Babilônia”. 

Pássaros, borboletas e lindas flores, como orquídeas e bromélias, conferem ainda mais beleza à trilha, que exige pouco esforço e tem um visual extremamente recompensador. Bem sinalizada, a trilha conta com o apoio de um shopping carioca, do Exército e da Prefeitura para manutenção. O Morro da Babilônia faz parte do Parque Natural Municipal Paisagem Carioca que unifica as áreas de proteção ambiental dos morros do Leme e São João e o Parque Estadual da Chacrinha.

A vista espetacular apresenta um olhar diferente da cidade. De um lado, Copacabana em todo seu esplendor, e do outro, a Urca, com o bondinho do Pão de Açúcar tão perto que dá vontade de se esticar um pouco mais para tocá-lo. O passeio agradável pode ser feito com a equipe da CoopBabilônia, que, além de guiá-lo neste tour, conta toda a história do Morro da Babilônia, desde a colonização, passando pelo processo de reflorestamento e as atrações atuais que a favela oferece a seus visitantes.