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Rio de Janeiro cria Conselho da Juventude

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Cem jovens escolhidos por votação popular online e por um grupo formado por representantes de 50 instituições governamentais e organizações da sociedade civil foram apresentados hoje (3) pela prefeitura carioca, como integrantes do Conselho da Juventude da Cidade.

O fórum vai acompanhar e fiscalizar o andamento do Plano Estratégico do Rio de Janeiro, vigente até o ano que vem, bem como o Plano Estratégico 2017-2020. Mais de 600 jovens, na faixa de 14 a 29 anos de idade, participaram do processo seletivo.

O secretário de Governo do Rio de Janeiro, Pedro Paulo, esclareceu que o plano não tem só um período de tempo de quatro anos, mas faz um “exercício de visão” dos próximos 50 anos. O conselho integra o projeto Visão Rio 500, que discute o futuro da capital daqui a 50 anos. 

“E quando nós falamos de pensar o Rio 50 anos para a frente não faz sentido pensar sem ouvir aqueles que viverão a cidade nesse período. Esses jovens que estão aqui serão pais de famílias, trabalhadores e também criarão seus filhos aqui”. Por isso, argumentou, a validade de fazer com que esses jovens participem da discussão desde o início.

Pedro Paulo informou que, após a posse, os jovens serão convidados a definir projetos, indicadores e metas que vão balizar os projetos. “O importante é trazer a juventude em um processo democrático de escolha para nos ajudar nesta discussão”.

É o caso de Pedro Torres e Ully Santana Ribeiro, estudantes de Gestão Pública na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Para Pedro, estar no conselho significa a oportunidade de ampliar o conceito de participação popular dentro das decisões, de modo que essa participação seja uma constante no dia a dia e não apenas de quatro em quatro anos.

“É algo que a gente quer botar em prática e que não fique só preso a esse conselho, inclusive, mas que todas as pessoas do Rio tenham o direito de opinar sobre a vida política da cidade fora das eleições também”.

Ully completou que, como futuros gestores públicos, a ideia é que os jovens consigam lidar com diferentes realidades e conhecer diferentes pessoas e lugares “para poder atuar de forma melhor, colocando na prática a teoria que a gente aprende em sala de aula, para se inserir de forma mais qualificada no debate”.

A vice-presidente da Associação de Mulheres da Ilha do Governador, Carla Pereira, foi a jovem mais votada na zona norte para integrar o conselho. Ela destacou a importância da decisão do prefeito Eduardo Paes de dar voz à juventude.

“Eu quero me tornar a grande síndica do meu bairro e acho que isso tem que se espalhar para todos. Os jovens, cada um cuidando da sua praça, da sua comunidade, temos uma visão diferente dos problemas e da dinâmica da cidade”. Carla acredita que esses elementos poderão ter grande contribuição para a cidade.

A coordenadora do conselho, Thamyra Tâmara, disse que, embora a entidade não seja deliberativa, isto é, não pode criar projetos de lei, os jovens têm função de construir o novo planejamento estratégico em conjunto com a prefeitura, além de fiscalizar o plano em vigor 2012-2016.

“Apesar de ser um conselho de juventude, não vai pensar só políticas públicas para a juventude, mas pensar a cidade do Rio de Janeiro como um todo. É uma nova forma de ver a juventude como uma juventude potente e não como problema. É uma juventude que vai propor coisas para a gente ter uma cidade menos desigual e mais democrática”, explicou Thamyra.

O Conselho da Juventude da Cidade é coordenado pelo Laboratório de Participação da Prefeitura (Lab.Rio). O processo de escolha dos conselheiros se pautou pela igualdade de gênero e distribuição territorial, respeitando a densidade populacional de cada região, e incluiu cidadãos negros, pessoas com deficiências e jovens LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

A coordenadora informou, ainda, que esse é o primeiro planejamento estratégico da cidade que tem a juventude ajudando, com participação aberta de todos os cidadãos. A formação do conselho se inspirou em experiências de outras cidades, como Paris, mostrando como é importante ter a participação dos jovens na construção do município.