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Poluição em lagoa do Rio causa morte de milhares de peixes

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Cerca de uma tonelada de peixes mortos foram recolhidos da Lagoa de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, em função dos fortes ventos da semana passada, que remexeram o fundo da lagoa e provocaram a mortandade de peixes, que começou na última sexta-feira (28).

De acordo com a Secretaria de Estado de Ambiente, uma equipe de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) esteve na lagoa na manhã do último sábado (29) e constatou baixa oxigenação na água coletada no local. 

“A provável razão dessa redução de oxigênio na água é o revolvimento da matéria orgânica, depositada no fundo das lagoas, que ocorre no caso da entrada de uma frente fria com fortes rajadas de vento, como houve na semana passada”, explicou, em nota, a secretaria.

O biólogo Mario Moscatelli,  que estuda há anos as lagoas da região de Jacarepaguá, constatou que a maioria dos  peixes mortos é  da espécie tilápia e estava concentrada às margens do Parque Olímpico. Segundo ele, a causa da mortandade está intimamente associada com a chegada de esgoto dos rios que desembocam na lagoa, principalmente os rios Arroio Pavuna e Pavuninha.

Moscatelli afirmou que a água no local fedia muito por causa dos dejetos jogados na lagoa. “Hoje quando você passa pela Lagoa de Jacarepaguá, você não consegue respirar devido ao mau cheiro. A vida marinha naquele local foi embora. Tudo que estava dentro d'água e precisava de oxigênio foi embora.”

A secretaria informou que o projeto de recuperação ambiental do complexo lagunar da cidade do Rio prevê a dragagem de sedimentos poluídos do fundo das lagoas, desde a embocadura do Canal da Joatinga, na orla da Barra, até as lagoas de Marapendi, Tijuca, Camorim e Jacarepaguá, além do Canal de Marapendi, na zona oeste da cidade.

No início de junho, o órgão montou um canteiro de obras para dar início à limpeza pesada (retirada de lixo como pneus, sofás e madeira), necessária para o trabalho de desassoreamento do complexo lagunar. Além disso, os serviços de limpeza de manguezais, batimetria (medição da profundidade) e sondagem (medição da capacidade de resistência do solo) das lagoas já foram finalizados.

A Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) disse que até 2007, a região da Barra da Tijuca não tinha tratamento de esgoto, mas que, desde então, recebeu cerca de R$ 1,9 bilhão de investimentos da companhia. Segundo a empresa, com a implantação do emissário submarino, construção e entrada em operação da Estação de Tratamento de Esgoto da Barra e a instalação de mais de 20 elevatórias de grande porte, houve um incremento do índice de coleta e tratamento de esgoto da região da Barra de zero para 85%; no Recreio dos Bandeirantes de zero para 70%, e em Jacarepaguá de zero para 60%.

Em nota, a prefeitura do Rio afirmou que a construção das unidades de Tratamento de Rios na Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá só será executada caso haja um avanço no planejamento e implementação do saneamento de esgoto da região.