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Comissão da Baía de Guanabara pede maior fiscalização das indústrias

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A Comissão Especial da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) criada para discutir a poluição da Baía de Guanabara anunciou que irá tomar medidas para fiscalizar as indústrias que poluem a baía. Presidente da comissão, o deputado Flávio Serafini (PSol) afirmou, em audiência pública realizada no Palácio Tiradentes nesta sexta-feira (28/8), que irá estudar meios de ampliar o controle ambiental e exigir mais rigor na fiscalização de empresas que despejam seus resíduos no mar. 

"O problema da degradação da Baía de Guanabara é muito complexo e envolve inúmeros fatores. Ao longo das reuniões da comissão, iremos trabalhar para que alguns problemas que contribuem para a poluição sejam diminuídos, com mais investimento em saneamento ambiental e aumento da dificuldade nos licenciamentos de empresas que poluem o local", disse Serafini.

De acordo com Guido Gelli, representante do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), existe um grande conflito de interesses que envolve a despoluição da baía e é necessário buscar transparência nas informações. "Muitas empresas acreditam que a despoluição da baía é sinônimo de um freamento do crescimento industrial dos municípios que a utilizam. É de extrema importância que a área acadêmica esteja presente nos debates, produzindo novos estudos que explicitem os problemas da poluição", declarou.

A audiência teve como foco a vida marinha da baía, que vem sendo cada vez mais prejudicada pela degradação do local. Dentre as espécies mais afetadas pela poluição, está o boto marinho. Segundo Alexandre Freitas de Azevedo, do Laboratório de Mamíferos Aquáticos de Bioindicadores da Uerj (Maqua), restam apenas 40 botos vivos nas águas da Guanabara: "As alterações nos padrões de pesca e a poluição química e sonora colocaram o animal em risco de extinção. Esta espécie ainda tem um agravante, pois demorara cerca de três anos para se reproduzir.

Segundo representantes dos projetos das ONGs Aruanã e Hippocampus, as tartarugas e os cavalos-marinhos também são animais prejudicados pela degradação na Baía de Guanabara. Os deputados Tiago Mohamed (PMDB) e Nivaldo Mulim (PR) também participaram do encontro.