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Aposentados fazem caminhada no Centro do Rio para defender seus direitos

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A Associação dos Aposentados e Pensionistas do Rio de Janeiro (AAPRJ) promoveu hoje à tarde (27), na Avenida Rio Branco, região central do Rio, a sua 1ª Caminhada pelos Direitos dos Aposentados e Pensionistas para alertar a população sobre os direitos dos inativos e as recentes mudanças na legislação, que afetam diretamente a eles.

De acordo com a associação, a maior reclamação dos aposentados é quanto ao reajuste da aposentadoria em percentual inferior ao do salário mínimo, que em 2014 foi de 6,23%. Eles querem ainda o fim do fator previdenciário no cálculo do benefício, o julgamento da desaposentação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o fim da medida provisória 672, que prorroga a política de reajuste do salário mínimo por mais quatro anos, e na qual foi inserida emenda estendendo a mesma correção para os aposentados da Previdência Social.

Com muitos jovens na passeata, o movimento foi pacífico. Segundo a presidenta do conselho fiscal da AAPRJ, Jaqueline Carneiro, a presença dos mais novos é para que haja a conscientização dos problemas que afetam os idosos, além de “comprar” a luta deles.

“É legal ter a presença desse público mais jovem porque os idosos, se não virem um esforço de todas as partes, acabam se acomodando e se conformando com a situação. Então fazemos isso para que eles vejam que todos estão preocupados com essa situação. Muitos deles [aposentados] praticamente não recebem salário hoje em dia, por conta dessas mudanças. Queremos um reajuste digno para a classe”.

O aposentado Almir Romão, 75 anos, elogiou a passeata, porém lamentou as mudanças que ocorreram recentemente. Almir classificou como “descaso do governo” a atual situação dos aposentados e pensionistas. O também aposentado Heronildo José, 69 anos, fez coro com Almir e reclamou pela queda do valor da aposentadoria. Segundo Heronildo, ele se aposentou ganhando seis salários mínimos e hoje recebe somente dois mínimos: “Só vem caindo. Está cada vez pior”.

Heronildo também comemorou a presença dos mais jovens na caminhada, porém disse estar sem esperanças para o futuro de seus netos: “É bacana ver que eles estão com a gente e pensando no futuro. Mas eu, sinceramente, estou sem esperança nenhuma. Se eu estou passando por isso hoje, imagina o que vai acontecer com meus netos? Temos que dar um basta nisso o quanto antes para que ainda haja uma solução”.