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Luiz Paulo Conde é sepultado no Rio

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O ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde foi sepultado no início da tarde desta quarta-feira (22) no cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.

O velório ocorreu no Palácio da Cidade, sede do governo municipal. Amigos e parentes do ex-prefeito estiveram no local. Políticos, como o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, compareceram ao velório. 

O caixão fechado foi posicionado no meio do salão nobre do Palácio. Na primeira fila de cadeiras ao lado, a viúva, Rizza Conde, recebia os cumprimentos de quem chegava.

Luiz Paulo Conde morreu, aos 80 anos, na madrugada desta terça-feira. Ele estava internado há um ano, no Hospital Samaritano, em Botafogo, com câncer de próstata. Há sete anos, ele lutava contra a doença. Conde era casado com Rizza Conde e tinham três filhos. Graduou-se em 1959, pela Faculdade Nacional de Arquitetura  da Universidade do Brasil (atual UFRJ) e trabalhou no desenvolvimento do projeto do Museu de Arte Moderna do Rio (MAM).

Aos 60 anos, assumiu a Secretaria municipal de Urbanismo no primeiro governo de Cesar Maia (1993-1997) e recebeu a missão de executar o projeto Rio Cidade, que consistia em obras nas vias mais importantes dos principais bairros cariocas. Conde filiou-se ao PFL para suceder Cesar Maia. Foi eleito prefeito no segundo turno, derrotando Sergio Cabral Filho, candidato do PSDB.

No seu mandato como prefeito (1997-2001) concluiu o Rio Cidade, a Linha Amarela e também o Favela-Bairro. Entre as obras mais importantes estão a duplicação de um trecho de sete quilômetros da Avenida das Américas e a remodelação da Praça Quinze. Na época, convidou arquitetos espanhóis para fazer o projeto do mergulhão.

Depois de ser derrotado por Cesar Maia nas eleições à Prefeitura do Rio, rompeu  com ele, e aderiu ao grupo político de Anthony Garotinho, filiando-se ao PSB e elegeu-se vice-governador na chapa encabeçada por Rosinha Matheus nas eleições de 2002. 

No ano seguinte, acompanhou a decisão de Garotinho de trocar o PSB pelo PMDB, partido pelo qual se candidatou mais uma vez a prefeito, mas foi novamente derrotado, terminando em terceiro lugar, atrás de César Maia e Marcelo Crivella. No governo estadual, conseguiu levar adiante alguns projetos que já tinha iniciado no município, como o do plano inclinado do Morro Dona Marta. Em 2008, o então governador Sérgio Cabral concluiu as obras.

Conde ocupou ainda os cargos de secretário estadual de Articulação Governamental no Governo Anthony Garotinho, secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano do Governo Rosinha Matheus (2003-2006) e secretário de Cultura do Governo Sergio Cabral Filho. Foi presidente de Furnas de 2007 a 2011.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o governador, Luiz Fernando Pezão, decretaram luto oficial de três dias na cidade pelo falecimento do ex-prefeito Luiz Paulo Conde. Em nota, Paes lamentou a morte do ex-prefeito: 

“O Rio de Janeiro perdeu hoje um grande realizador. Luiz Paulo Conde fez parte de um grupo seleto de cariocas que tiveram o prazer e o orgulho de gerir a nossa Cidade Maravilhosa. Suas mãos ajudaram a projetar importantes transformações como o Rio-Cidade, o Favela-Bairro e a construção da Linha Amarela. Conde foi um inspirador para realizarmos a grande transformação pela qual o Rio de Janeiro passa. Com seu olhar urbanístico, foi um dos primeiros gestores a pensar na revitalização da Região Portuária e na demolição do elevado da perimetral. Arquiteto premiado, Conde tinha orgulho de sua profissão e inspirava-se na arquitetura para executar projetos. Hoje, o Rio está mais triste com sua perda”.

O ex-prefeito Cesar Maia também lamentou a morte do político:

"O Rio deve muito ao urbanista, professor e prefeito Luiz Paulo Conde. Especialmente a maior reforma urbana complexa que iniciou e comandou, no asfalto, o Rio-Cidade, e nas comunidades o Favela-Bairro. Um reconhecimento que todos nós cariocas - e o urbanismo - devemos a ele."