ASSINE
search button

Museu de sítio arqueológico é reaberto em Rio das Ostras

Compartilhar

Moradores de Rio das Ostras e turistas que frequentam a cidade, na Região dos Lagos fluminense, já podem visitar ou rever o espaço cultural que permite conhecer um pouco da história dos primeiros habitantes da região.

Fechado ao público há dois anos, o Museu do Sítio Arqueológico Sambaqui da Tarioba, o único nesse molde no Brasil, foi reinaugurado na tarde de hoje (30), depois de passar por uma completa reestruturação e ter seu acervo ampliado.

Inaugurado em 1999, o museu está instalado no próprio sítio arqueológico, descoberto e demarcado em 1967, por uma equipe do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), nos fundos da mais antiga casa colonial da cidade, onde funciona hoje a Casa de Cultura Bento Costa Junior.

Com a expansão imobiliária, motivada pelo turismo, que tomou conta da região a partir da década de 70, o sítio acabou perdendo dois terços de seu tamanho original.

Em 1997, uma lâmina de machado encontrada na raiz de uma jaqueira na rua atrás do quintal da casa levou a Prefeitura de Rio das Ostras a fazer do sítio arqueológico um espaço histórico-cultural. Por meio de uma maquete de 6m², criada pelos artistas plásticos Roberto Sá e Clara Arthaud, o museu mostra o cotidiano de uma comunidade indígena que vivia da caça, da pesca e da coleta.

Restos de esqueletos, objetos de adorno, ostras gigantes, conchas e pedras fazem parte do acervo que ocupa uma área escavada no interior do museu. “São ossos datados de 2.600 a 4 mil anos, conforme comprovaram os testes com o carbono 14, feitos pelas equipes do IAB. Portanto, de povos anteriores à chegada dos índios goytacazes, que segundo antropólogos como Darcy Ribeiro e Eduardo Fonseca Junior habitaram à região entre os séculos 2 e 17 D.C, quando sucumbiram às doenças trazidas pelos colonizadores portugueses”, explicou o diretor do museu e da Casa de Cultura, Jorge Pinheiro.

De origem tupi-guarani, o termo sambaqui significa “acúmulo de conchas”. Algumas tribos indígenas faziam desses depósitos um santuário, onde enterravam seus mortos.

Segundo Pinheiro, durante a reforma, o acervo foi submetido a uma limpeza com produtos químicos. “A proximidade com a praia estava acelerando a oxidação das ossadas. A estrutura de metal também estava sofrendo com a maresia, mas agora a manutenção ficará a cargo de uma empresa especializada”, disse. 

A remodelação do espaço incluiu medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência e a adoção do uso de pantufas pelos visitantes, para preservar o piso revestido de madeira. O museu passa a contar também com ar condicionado.

O Museu do Sítio Arqueológico Sambaqui da Tarioba é vinculado à Fundação Rio das Ostras de Cultura, órgão municipal responsável também por várias outras unidades, como o Teatro Popular, a Biblioteca Pública, a Casa de Cultura e o Centro de Formação Artística de Música, Dança e Teatro. Segundo a fundação, a verba destinada este ano para a área cultural do município é de R$ 7,5 milhões.

Localizado na Rua Bento Costa Jr., no centro de Rio das Ostras, o museu pode ser visitado de terça-feira a domingo, das 13h às 18h. Os ingressos custam R$ 5, com meia entrada para crianças até 10 anos e maiores de 65 anos e gratuidade para alunos e professores da rede pública e guias de turismo.