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Professores da UFRJ aderem à greve das universidades federais

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Os professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiram entrar em greve a partir da próxima terça-feira (23). A decisão foi tomada em assembleia da categoria, na tarde de hoje (19), quando cerca de 400 pessoas se reuniram na Escola de Música da UFRJ, segundo cálculo dos próprios professores. Com isso, eles se juntam aos funcionários e alunos da universidade, que já estavam em greve.

A vice-presidente da Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj), Luciana Boiteux, explicou os motivos que levaram os trabalhadores a aprovarem a greve. “O movimento docente nacional vem construindo uma pauta de reivindicações desde o início do ano. Basicamente são cinco pontos: a defesa da universidade pública gratuita, melhores condições de trabalho, reformulação da carreira, contra os cortes de verba para as universidades federais e valorização salarial de funcionários ativos e aposentados”, enumerou Luciana.

No dia 23 haverá reunião com representantes do Ministério da Educação (MEC), em Brasília, para discutir a situação nacional das universidades federais. A diretora do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Claudia March, disse que o movimento vai cobrar que o MEC "apresente qual é a posição do governo em relação à nossa pauta de reivindicações. Estamos há mais de um ano sem nenhuma resposta sobre esta pauta. A nossa expectativa é que consigamos algumas respostas. A greve está se ampliando e se fortalecendo em nível nacional”, disse Claudia.

Segundo ela, “a defesa do caráter público da universidade diz respeito a ser contra o corte de verbas e contra a contratação de organização social, que é forma de precarização do trabalho docente".Quanto às condições se trabalho, ela mencionou a falta de salas de aula e a existência de empregados terceirizados, sem salários, além de o ministério impor normas que alteram a vida universitária quanto à gestão de pessoal e normas de progressão.

O sindicato também luta pela reestruturação do quadro de carreira, pela autonomia universitária e pela valorização salarial de docentes e aposentados”, disse a dirigente do Andes.

A deflagração da greve foi tomada em assembleia com quórum dividido. De acordo com as dirigentes sindicais, votaram a favor da greve 193 pessoas e contra a paralisação 167. A UFRJ foi procurada para se pronunciar sobre a deflagração da greve dos professores, mas não deu retorno até a edição desta matéria.