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Pezão diz que entre suspeitos de matar médico ciclista não tem nenhum inocente

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O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse hoje (3) que os adolescentes apreendidos, suspeitos de matar o médico Jaime Gold, que andava de bicicleta na Lagoa Rodrigo de Freitas, "não são inocentes", e acrescentou que, se o primeiro detido não esfaqueou o ciclista, "esfaqueou e assaltou outros". O governador disse acreditar que o responsável pelas facadas será descoberto na acareação policial entre os três suspeitos.

"Ali não tem nenhum inocente. Todos três viviam em função de assaltos, não só no entorno da lagoa", disse o governador. Segundo ele, os três suspeitos confessaram que cometeram crimes, e "quem matou" vai surgir durante as investigações.

O primeiro adolescente foi apreendido pela polícia no dia 21 de maio, dois dias depois do crime, e negou ter assassinado o médico ou participado do latrocínio. Outro adolescente se entregou cinco dias depois pelo envolvimento no crime e acusou o primeiro de ter matado o médico. Com base em testemunhas e no depoimento do segundo, a delegada responsável pelo caso chegou a afirmar que não tinha dúvidas de que o primeiro era o culpado. Ontem (2), no entanto, um terceiro adolescente se apresentou à polícia, confessou ter participado do assalto e acusou o segundo de ter dado as facadas.

O governador disse que falhas desse tipo, por parte da polícia, são inadmissíveis, mas afirmou que é preciso reconhecer que a polícia está agindo. "O importante é que a polícia está prendendo. Quem teme está se entregando, e a gente está agindo. Foi um crime à noite, e pode ter havido um engano. Mas tem três pessoas presas que assaltavam na Lagoa, e assaltavam em outros lugares", enfatizou.

Pezão considera que o caso provocou "debate necessário" para mudanças do Código Penal. "Não é trivial se prender 15 vezes e estar solto. O garoto que esfaqueou o aluno do [Colégio] Pedro II [na estação de trem de Quintino, nesta semana] tinha cinco passagens. A gente tem que discutir isso", salientou.

Para Pezão, os menores estão "cada vez mais violentos", o que se deve a décadas de abandono das escolas de tempo integral. "A gente está vendo os menores cada vez mais violentos, em gangues, como representantes de facções. É o preço que a gente está pagando por ter abandonado as escolas em tempo integral", acredita.