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Paes chama Eduardo Cunha de "primeiro-ministro"

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Quando Eduardo Cunha venceu a eleição para a presidência da Câmara, o Rio voltou a ter destaque no poder legislativo nacional. E quando volta para casa, Eduardo Cunha tem status de autoridade máxima. O tratamento que lhe é reservado está exemplificado na brincadeira feita pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, que recebeu Cunha nesta sexta-feira (29), na sede da Rio 2016, para apresentar os projetos necessários para os Jogos Olímpicos e que dependem de aprovação da Câmara: “Deixa eu acompanhar aqui o primeiro-ministro”.

É assim, com pompa e esse título fictício, que o "barão" do PMDB foi recebido por Paes, pelo governador Luiz Fernando Pezão e pelo presidente da Rio 2016 e do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Artur Nuzman. Na saída, depois de ouvir o que os três tinham a dizer, Cunha prometeu ajuda: “Tem um conjunto de medidas que precisam ser aprovadas a tempo para valer até os Jogos Olímpicos. Vamos ver como vai se processar. Se vai haver iniciativa do Governo ou não. Tem algumas que não poderão vir por medidas provisórias, como as de natureza penal e outras que já vieram com o projeto de lei que trata da desoneração. Vamos estudar cada item para ver como podemos ajudar.”, afirmou Cunha.

O que era para ser uma entrevista com Cunha, seguida de Paes e Nuzman (Pezão teve outro compromisso e saiu mais cedo), virou monólogo do presidente da Câmara. Falou por 16 minutos e Paes, que estava posicionado logo atrás, desistiu de esperar, indo conversar com Nuzman. Ficaram o deputado do PSDB Otávio Leite e o líder do PMDB, Leonardo Picciani, ouvindo o que Cunha tinha a dizer sobre a tentativa de alguns parlamentares de anular, no Supremo Tribunal Federal (STF), a votação da PEC que autoriza o financiamento privado de campanha: “Não tem nenhum cabimento. Já tem 50 ações, vai ter 51, 52 e 53 e o Supremo vai decidir”, disse.

Ele negou ainda qualquer possibilidade de se voltar atrás nas propostas aprovadas na reforma política: “Se as decisões do Congresso não são as decisões que a sociedade espera, pode frustrar alguém - até a mim, em alguns pontos - é que o Congresso decidiu que vai ficar como está.” Cunha disse ainda que no futuro haverá sim um teto para o financiamento de campanha, e que o fim da reeleição vai passar no Senado.

No fim, voltou a negar se sentir tão poderoso quanto alguns críticos dizem, além de não se sentir autoritário: “Como estou desagradando os dois lados, é normal que muitos não fiquem felizes. Mas estou respeitando o regimento, quando não respeitar vocês podem dizer algo.” Eduardo Cunha disse ser provável que na reforma o tempo de campanha seja reduzido, assim como o tempo de TV para os candidatos.