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Moradores da Lagoa Rodrigo de Freitas reclamam da situação do bairro

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Os moradores da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, não se conformam com a situação do bairro, que vive o clima de abandono e de insegurança. A pouco menos de 40 metros de onde o médico Jaime Gold foi assassinado a facadas após uma tentativa de assalto no último dia 19 de maio, uma das árvores caiu na noite desta terça-feira (26/05) deixando um enorme buraco no calçadão. Indignação e dúvida se somam entre os moradores com um dos IPTUs mais caros do país. "A Lagoa, pelo alto volume de impostos que recolhe e por também ser uma zona de turismo, merece ser mais bem tratada e ter uma segurança melhor do que a que tem hoje", reclamou o administrador de empresas Mirabor Prado Junior, 68. Já o oficial da Marinha Luis Carlos de Brito foi mais direto e sugestivo: "O prefeito Eduardo Paes deveria fazer uma missa com seus secretários na Igreja dos Capuchinhos, para ver se melhora um pouquinho a situação."

"Todos esses buracos na Lagoa, árvores caindo, assassinatos, é tudo culpa do governo", reforçou o morador Carlos Alberto Paiva. Já para José Damião da Silva, a orla da Lagoa precisa de uma reforma, principalmente perto de onde a árvore caiu. Ele alerta para o perigo que correm os pedestres, que precisam se deslocar para o meio da rua para passar. "E se acontecer um acidente e alguém for atropelado? Como fica?"

O engenheiro de 81 anos Xerxes Ivan Camargo destacou que, além do entorno da Lagoa, é necessário tratar também a qualidade da sua água. "Ainda existem emissões de esgoto dentro da Lagoa. No caso da árvore, houve uma falha do órgão responsável, o departamento de parques da Prefeitura", afirmou. O porteiro Antônio Soares da Costa, 44, lembrou que a população não pode podar as árvores sem a autorização. "Se você for podar uma árvore pode até ser preso, nós não podemos fazer nada. Então quem é que tem que fazer? É a Prefeitura!", afirmou. 

Diante do sentimento de abandono por parte das autoridades, os casos se misturam e a maioria das pessoas lembra com medo e indignação do caso do médico morto a facadas. Para Carlos Alberto Paiva, é preciso "primeiro arrumar a casa para depois vir com cobrança para cima do povo." A solução para ele é mudar as leis e incentivar que os pais de crianças mais carentes possam colocar os seus filhos na escola. 

Um destaque dado pelo porteiro Antônio Soares da Costa é que a segurança, hoje reforçada após a morte de Jaime Gold, deverá voltar a ser precária em algumas semanas. "A situação aqui é muito triste. Como trabalho logo aqui perto, vejo a movimentação dos pivetes roubando. Existem motoqueiros também. Agora eles colocaram segurança, mas daqui a uma ou duas semanas, já não tem mais segurança", afirmou.