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Obras do VLT continuam paradas e causam transtornos para a população

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A paralisação nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Centro do Rio de Janeiro completa mais um dia. O Jornal do Brasil continua sua série de reportagens mostrando como a população está insatisfeita e não entende o descaso por parte da Prefeitura. 

"Isso aqui é demais", disse o servidor público de 39 anos, Alessandro Ferreira enquanto apontava para o campo de obras sem nenhum trabalhador. "Já está um bom tempo que está parado e você não vê evolução nenhuma disso. A expectativa que antes era de uma coisa rápida acabou frustrando um monte de usuários que passam aqui no dia a dia." Alessandro ainda destacou que as obras do VLT acabam se refletindo em toda a população, sejam os que venham de Niterói, da Zona Oeste ou Norte. 

O jovem Vitor Ricardo, 19, acredita que o problema parte de um descaso da Prefeitura com a população e, segundo ele, quanto mais rápido o processo for finalizado, melhor para quem se transporta pela cidade. "[O VLT] era mais um meio de locomoção para nós chegarmos mais rápido no trabalho, de não ter tanto trânsito. É um descaso ter parado essas obras, descaso com a população. Deveria ter um pouco mais de dedicação pela parte do prefeito do Rio", acredita o jovem. Indo um pouco mais além no que propõe Vitor, o gráfico Ângelo Guimarães, 68, coloca na conta do governo e das empresas a situação. "São esses roubos", ele afirma. "O transtorno em relação às obras nós temos que passar por ele, faz parte, mas deverias já estar bem mais avançado do que está, não é?" questionou o idoso.

Levantando uma nova questão, o advogado FIlipi Manssur da Silveira, 31, acredita que o pessoal que utiliza o ônibus fica "travado" depois das mudanças em uma das principais vias do Rio, a Avenida Rio Branco - sendo possível somente o trânsito de ônibus sem sentido único desde 9 de fevereiro de 2014. "A obra fica parada, o dinheiro público fica sendo gasto e a gente não vê solução pra isso, é um absurdo. Não sei se a culpa é dessas empresas que estão fazendo licitações todas fraudulentas ou se é culpa do prefeito Eduardo Paes que quer transformar o Rio de Janeiro em uma verdadeira Europa sem o povo ter educação para isso ainda."

Além do problema para os passageiros e transeuntes, o JB vem também alertando para a dificuldade que os lojistas tem enfrentado desde o início da instalação do VLT. 

"As nossas vendas caíram cerca de 60%", contou a florista Caterine Gama. A sua loja na Avenida Rio Branco, segundo ela, continua pagando a mesma quantidade de impostos, mas agora recebe bem menos dinheiro. "Nós não temos nenhum tipo de desconto nos impostos, e a prefeitura não quer nem saber disso, querem é que nós paguemos tudo em dia, caso contrário perdemos nossa licença para atuar no local."

"Eu acredito que muitas das empresas irão acionar a prefeitura na Justiça para tentar reaver os prejuízos", é o que acredita o vendedor Anderson Figueiredo. Ele ainda acredita que as pessoas que podem evitam passar pela Rio Branco. "Essa obra que está causando todo esse trânsito está prejudicando muito nossas vendas. Se formos comparar o número de vendas deste mesmo período em 2013, antes das obras iniciarem, é assustadoramente maior. Esse corredor de obras somado ao trânsito atrapalham inclusive, a visualização das vitrines se você está do outro lado da rua", disparou o vendedor.

*Do Programa de Estágio do JB