É por conta das obras", disse o vendedor de tapioca Eduardo Bezerra de Araújo sobre o trânsito no Centro do Rio de Janeiro nesta quarta-feira. A resposta foi unânime. Os pedestres no Centro da cidade acreditam que, por conta das obras do VLT, o trânsito tem ficado cada vez pior. "Eu demoro às vezes 45 minutos, uma hora só aqui no Centro da cidade", disse o consultor de vendas Carlos Henrique Alcântara.
A caracterização que Emanuelle Fagundes deu para o fluxo de carros na Avenida Rio Branco, uma das principais da cidade, foi "caótico". "Na verdade o trânsito daqui está um caos, com essas obrar ninguém consegue se locomover. Eu por exemplo venho todo dia do Grajaú, um percurso que eu faria de carro em 25, 30 minutos, às vezes tenho levado uma hora para fazer dirigindo. Está bem complicado. Aqui no Centro é a pior parte porque na verdade nós ficamos sem opção de fuga", explicou.
Não foi somente para quem passa diariamente nas ruas do Centro da cidade que o trânsito tem atrapalhado, mas a chefe de caixa Cátia Gama de Andrade explicou que o movimento na loja de sapatos em que trabalha tem estado muito baixo por conta das obras. "Com essas obras que têm acontecido aqui no Centro atrapalha não só os lojistas, mas como o cliente que quer chegar na loja. Eu não posso te afirmar quanto caiu, mas eu sei que nossas vendas caíram bastante ultimamente", contou. Apesar de Cátia não saber quantificar como o negócio que trabalha teve prejuízo, o vendedor de tapioca Eduardo Bezerra de Araújo afirma que teve uma redução de 20% a 30%. "Para a gente que ganha pouco essa diferença é bastante no final. Depois que eles começaram essas obras as vendas diminuíram. A chegada até o Centro piorou muito, tanto para mim quanto para os meus clientes", contou.
Para a engenheira civil Maria das Graças Drumond as obras têm sido feitas de forma errada e bastante lentas. "Durante a minha formação eu fiz uma cadeira de engenharia de trânsito e eu posso falar que essas obras estão muito lentas. Essas obras nunca terminam e o planejamento deles é horrível, além é claro do controle de tráfego, que deixa muito à desejar", afirmou a engenheira. Ela acredita que a solução direta seria não só terminar as obras como também diminuir algumas linhas de ônibus para desafogar o trânsito.
O consultor de vendas Carlos Henrique de Alcântara falou que chega a ficar quase uma hora diariamente preso em engarrafamentos pelo Centro. Ele explica que o que ajuda a passar o tempo nesse momento é conversar com algum amigo pelo celular para não ficar pensando na hora.
O JB entrou em contato com a CET-Rio, responsável pelo tráfego na cidade, no entanto, não obteve resposta.