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Guias de turismo de favelas reclamam do monopólio das grandes agências

Projeto que proíbe turismo degradante será aprimorado

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A audiência pública presidida pelo vereador Célio Lupparelli (DEM), nesta terça, na Câmara Municipal, do Rio, para debater o projeto de sua autoria que proíbe o turismo degradante - o que explora a miséria nas comunidades - foi marcada por um embate entre os guias de turismo do Santa Marta e a diretora de planejamento da Riotur, Dircélia Pimentel.  "O que a senhora acha de uma agência chegar ao Santa Marta com 100 turistas, cobrar R$ 180 de cada turista, faturar R$ 18.000 e não deixar nada na favela?". Dircélia Pimentel retrucou: "Mas quando vão a Copacabana também não deixam nada". Houve um alvoroço. Até que o guia e artesão da comunidade Carlos Barbosa se levantou: "Em Copacabana, os turistas almoçam nos restaurantes, compram sandálias, o comércio é estimulado. Mas, no Santa Marta, os turistas não são estimulados a comprar nada".

Os guias reclamaram que a Riotur não incentiva o trabalho dos guias de turismo da própria comunidade, mas de operadoras de fora. Segundo o guia Gilson Fumaça, as agências não contratam os guias locais e acabam pagando R$ 5 a crianças da favela para conhecerem o morro, que é cheio de vielas. "Por que as empresas não ligam para os guias?", questionou o guia Thiago Firmino.

Os guias também reclamaram que têm dificuldades para deixar seus panfletos nos quiosques da Riotur, que há um monopólio das grandes operadoras.   

Diante de tantas demandas, o vereador Célio Lupparelli disse que o projeto que proíbe o turismo degradante vai ser aprimorado. "A comunidade quer aprimorar o projeto porque outros problemas graves foram colocados. No dia 26, faremos uma nova reunião com mais comunidades, depois marcaremos nova audiência". A ideia é fazer um projeto que atenda às demandas apresentadas.