ASSINE
search button

Família de grávida morta durante parto em hospital municipal denuncia negligência

Compartilhar

A dona de casa Ana Carla Silva de Souza, mãe da jovem Rafaela Cristina Souza dos Santos, de 15 anos, que morreu no último sábado (25/4) durante o parto do seu filho, no Hospital Municipal da Mulher Mariska Ribeiro, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, acusa a equipe médica de plantão de negligência. Ela afirmou nesta terça-feira (28) que pretende processar o município. 

Ana Carla conta que Rafaela chegou ao hospital por volta das 23h40, mas só foi atendida às 03h. Segundo a mãe da jovem, apesar dos apelos, as enfermeiras não examinaram Rafaela e nem verificaram a sua pressão. "Eles colocaram um óleo na barriga e eles falavam que se o bebe sentisse o cheiro ele sairia", conta, acrescentando que não havia médicos acompanhando a sua filha, somente enfermeiros.

A irmã da jovem, Daiane Caroline da Silva, de 20 anos, conta que os médicos teriam forçado o parto normal. “Colocaram ela no soro, a pressão aumentou e ela teve uma convulsão de eclampse. Só depois disso é que levaram ela para o centro cirúrgico”, diz. Ana Carla afirma também que, durante a cesariana, a jovem teria tido o útero perfurado, provocando uma hemorragia. "Tiveram que arrancar o útero dela fora", conta Ana Carla. Após complicações, Rafaela foi transferida para o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte, mas não resistiu. "No hospital de Acari ouvi do médico no CTI: 'Mãe, o que fizeram com a sua filha?'", diz a dona de casa. 

Segundo Ana Carla, o bebê de Rafaela nasceu com 3 quilos e 335 gramas e com 53 centímetros. Contrapartida, a mãe tinha uma estrutura física equivalente a uma pessoa de 13 anos. 

A Secretaria Municipal de Saúde comentou o caso em nota: “A paciente recebeu todo o suporte necessário, sendo transferida imediatamente após o parto para uma unidade de terapia intensiva, onde apresentou rápida piora no quadro e faleceu. O bebê permanece internado na unidade e passa bem. A Secretaria Municipal de Saúde lamenta o ocorrido e informa que toda morte materna é investigada por comissões técnicas especializadas na unidade e na secretaria. A direção do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro permanece à disposição da família da paciente para mais esclarecimentos”.