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Mulheres recebem orientação jurídica gratuita em comemoração ao seu dia

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A dona de casa Maria Irena, de 67 anos, está desde 1980 com a escritura do seu imóvel, localizado na Cidade Nova, errada. Por causa de uma letra – no documento, seu segundo nome, Irena, foi registrado como Irene - , ela tem peregrinado em busca de informações sobre como resolver seu problema. Marlene, de 56 anos, quer se divorciar do marido, com quem vive há 28 anos, mas não sabe o que fazer para resolver juridicamente a questão, que passa ainda pela dependência financeira que tem do companheiro, que trabalha como ambulante. A aposentada Luiza, de 56 anos, moradora da Rocinha, tem um filho de 14 anos que, embora tenha sido reconhecido pelo pai, nunca recebeu dele qualquer suporte financeiro. Essas são algumas das mulheres que receberam orientação jurídica gratuita na manhã desta sexta-feira, dia 6, no Largo do Machado, Zona Sul do Rio, em evento que contou com a participação da juíza Maria Cristina Gutierrez Slaibi, da 3ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

Para a magistrada, este é um momento de efetivar a cidadania, na medida em que, no evento, as mulheres têm acesso a conhecer seus direitos. “A ideia é trazer maior consciência às pessoas, trazer luz. Sem conhecer seus direitos, elas se tornam mais vulneráveis, sendo tolhidas e vivendo na desesperança. Na verdade, as pessoas precisam de alguém que olhe para elas, que veja que elas existem”, afirmou. No local, foram tiradas dúvidas sobre as áreas de família, criminal, violência doméstica, pensão e outros assuntos jurídicos, além de orientações médicas preventivas. Foram distribuídas também cartilhas ilustradas para orientar o público a conhecer seus direitos.

Fizeram parte também da tenda de orientação jurídica a defensora pública Júlia Fontenele e os representantes da Comissão de Diretos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) Luiza Cahale e João Pedro Monteiro, além do servidor do TJRJ Laurentino Rosado e da estagiária de Direito Joyce Lira.

O evento é organizado pelo Instituto Nacional de Cardiologia (INC) e pelo Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro (Socerj). “Damos orientação médica e assistência jurídica com a juíza da 3ª Vara Cível e representantes da OAB e da Defensoria Pública, que orientam a mulher sobre seu direito”, explicou o coordenador do evento, o médico Ivan Cordovil, chefe do departamento de hipertensão do INC.

As mulheres também receberam orientações sobre saúde, com aferição da pressão arterial, medição de peso e altura e alerta sobre os riscos da hipertensão para o coração. Ouviram informações de nutricionistas sobre alimentação saudável, além de esclarecimentos a respeito dos demais fatores de risco. O objetivo era conscientizar as mulheres de que a hipertensão e a obesidade estão fortemente ligadas às doenças cardíacas.

Moradora de Laranjeiras, a costureira Marineide Duarte, de 53 anos, é hipertensa e, há dois anos, não faz exames. Ela aproveitou a oportunidade para receber orientações sobre como deixar a saúde em dia. “Facilita muito. Nunca tinha participado de um evento como esses”, disse.

Os serviços foram voltados ao público feminino, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no próximo domingo, dia 8. Esta é a décima edição do evento, que acontece anualmente desde 2006. No local, foram distribuídas também rosas vermelhas às mulheres participantes da iniciativa.