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Presidente da associação de moradores é assassinado no Complexo do Alemão

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Foi enterrado às 13h deste domingo (21) o corpo do presidente da Associação de Moradores do Conjunto Casinhas, do Complexo do Alemão. Luiz Moura, mais conhecido como Guinha, foi assassinado no final da tarde de ontem (20) com dois tiros na Rua 2, em frente ao Casarão da Cultura, dentro da comunidade que fica na Zona Norte.

Segundo a polícia, um carro passou pela rua e um dos ocupantes do veículo atiraram contra Guinha. A Divisão de Homcídios (DH) investiga o caso e já realizou uma perícia no local do crime. Algumas testemunhas já estão sendo ouvidas e, segundo elas, os ocupantes do carro fugiram após efetuarem os disparos.

Além de Guinha, Leonardo Garcia dos Santos Silva foi baleado. Ele foi socorrido e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde foi operado e continua internado. Seu estado é considerado grave. Segundo a polícia, a DH está esperando a alta média de Leonardo para interrogá-lo.

Guinha era um militante da causa LGBT. Ex-garoto de programa e ex-travesti ele fundou o Grupo Diversidade LGBT do Alemão e também organizou a Parada Gay na comunidade. Ele participou do documentário de Cacá Diegues e Renata Almeida Magalhães, "Favela Gay".

Nas redes sociais, a morte de Guinha teve ampla repercussão. O deputado federal Jean Wyllys lamentou o assassinato em sua página no Facebook. "Horror, tristeza, sensação de abatimento, de impotência, indignação... Tudo isso se mistura em mim quando esses crimes acontecem. Mais um ativista LGBT abatido. Caros Cláudio Nascimento e Carlos Tufvesson, coordenadores das instituições públicas de promoção da cidadania LGBT no estado e no município, estas têm de pressionar a - e colaborar com - a polícia para elucidação desse caso", escreveu Jean.

O Instituto Raízes em Movimento também comentou a morte do presidente da associação de moradores do Alemão. "Neste sábado, 20/12, perdemos um militante de causas sociais no Complexo do Alemão o parceiro de luta Luiz Moura, o Guinha. Ativista do movimento LGBTT na favela ele também promovia a prática de esportes e fomentava novos talentos artísticos. Forte na defesa de suas idéias e sempre com muito calor humano no trato direto com as pessoas. As favelas, o CPX e a Vida perdem um defensor de um mundo melhor. Você deixou sementes que germinarão. Teremos frutos de seu trabalho vivo. Fica em paz Guinha", declarou o Instituto.