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Subsecretaria de Inteligência e Polícia Civil desarticulam tráfico no Alemão

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A Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Estado de Segurança e a Polícia Civil realizaram nesta quinta-feira, dia 18, a Operação Urano, no Complexo do Alemão para cumprir 41 mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão de adolescentes. Durante a ação, 21 pessoas foram presas, entre elas Edson Silva de Souza, o Orelha, chefe do tráfico em todo o complexo de favelas da região, e quatro menores apreendidos. A ação é resultado de uma força-tarefa de investigação da 45ª DP (Complexo do Alemão) e da Subsecretaria de Inteligência, com apoio do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Estadual.  

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, parabenizou todos envolvidos na operação e ressaltou que a resposta ao tráfico está sendo dada com ações racionais e civilizadas. "Quando temos incidentes em regiões com UPPs, a sociedade sempre exige uma resposta rápida.  Mas vamos continuar realizando ações racionais, de inteligência, tendo uma resposta rápida sim, mas civilizada. Ocupamos o Complexo do Alemão e outras comunidades sem fazer guerra e é assim que vamos continuar." 

Ele elogiou a atuação da Polícia do Rio, que, mesmo com falhas, tem cumprido o seu papel e trabalha muito. E frisou que tratando-se de Segurança Pública existem outras ações que têm de ser feitas ou discutidas como a "questão da legislação, da participação do poder Judiciário e do Ministério Público, sistema prisional, fronteiras, política para o menor e para o crack".  

O subsecretário de Inteligência, Fábio Galvão, destacou que o trabalho foi difícil, pois os traficantes resistentes à pacificação adotaram nova estratégia de sobrevivência como a cooptação de  menores de idade e pessoas sem anotações criminais para atuarem na linha de frente, seja vendendo drogas ou  atuando como "braço armado". "O trabalho de integração foi fundamental para o sucesso da ação".

À frente da 45ª DP no decorrer da investigação, que durou oito meses, o delegado Felipe Curi destacou que essa operação pode desmascarar a tentativa de desestabilização do processo de pacificação. "Esse é o grande legado", disse o delegado, atualmente lotado na 27ª DP (Vicente de Carvalho).

O trabalho comprovou que, após a prisão de traficantes da região (em virtude de outras operações realizadas pela 45ª DP), uma facção criminosa determinou reações violentas, como forma de retaliações às ações da polícia. Uma delas ocorreu em 28 de abril, quando ônibus  e carros estacionados próximo ao Comando de Polícia Pacificadora, na Estrada do Itararé, foram incendiados.

Também foi possível constatar que a criminalidade acompanhava o deslocamento dos policiais pela comunidade, a partir da troca de mensagens via celular. Muitas vezes, eles ficavam em frente à sede da UPP monitorando os passos dos policiais militares, dificultando a prisão em flagrante de criminosos. 

Participaram da operação 300 policiais civis de diversas delegacias distritais e especializadas, além da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).