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Acordo suspende greve de 48 horas nos portos do Rio

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A greve de 48 horas convocada para hoje (16) e amanhã (17) pelo Sindicato dos Trabalhadores Portuários dos Portos do Estado do Rio de Janeiro foi suspensa depois de um acordo acertado com a Companhia Docas do Rio de Janeiro na noite da última sexta-feira (12), em Brasília. A reunião teve a participação do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), do Ministério do Planejamento e da Secretaria Nacional dos Portos. Procurada, a Companhia Docas confirmou que o acordo foi firmado na última sexta-feira.

De acordo com o segundo secretário do sindicato, Sérgio Mendonça, a companhia decidiu atender parte das reinvidicações apresentadas pelos trabalhadores, como maior flexibilidade de horários, aumento real de 5% no vale alimentação e manutenção de cláusulas do acordo coletivo de trabalho que seriam suspensas. Com o acordo, mães que retornam da licença maternidade poderão entrar uma hora mais tarde ou sair uma hora mais cedo e os trabalhadores do turno da manhã terão a possibilidade de entrar duas horas mais cedo, às 6h, ou mais tarde, às 11h, para evitar o período de trânsito mais intenso.

Os trabalhadores da companhia estatal também pediam aumento real dos salários em 5%, reenquadramento do Plano de Cargos e Salários para ativos e inativos e criação de uma brigada de incêndio, entre outras demandas. Um grupo de discussão foi criado com prazo de 45 dias para tratar das demandas que não foram atendidas. Entre elas está a manutenção do percentual pago pelos funcionários pelo plano de saúde, hoje em 3%, contra os 50% que a empresa pretende estabelecer.

"As estatais não podem dar aumento no período eleitoral. Uma forma que conseguimos de não encerrar as reivindicações foi suspendê-las por esse prazo de discussão, que coincide com o fim das eleições", disse Sérgio Mendonça.

A greve tinha sido convocada no último dia 10 de setembro e contaria com uma operação padrão da Guarda Portuária, que tornaria o trâmite de entrada no porto "o mais lento possível", de acordo com comunicado publicado pelo sindicato. O texto também destacava que as operações padrão costumavam durar apenas 24 horas e que, dessa vez, o período de 48 horas demonstrava que a "paciência dos trabalhadores estava se esgotando".