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"Precisamos de um governo que nos valorize", diz professora da rede estadual

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As promessas eleitorais para a educação do estado do Rio de Janeiro trazem à tona os antigos problemas enfrentados por professores da rede estadual. Após um conturbado período de greves, a situação ainda está longe de ser considerada ideal. Contudo, não se trata de um problema recente. Há vários governos as questões se alternam ou se repetem, dificultando o atendimento das reivindicações da classe.

Para a professora Vera do Egito, a situação problemática da educação “é uma coisa antiga, mas a cada governo que entra, fica pior”. Ela justifica seu pensamento dizendo que “não existe uma política de estado e sim de governo”. Contudo, ela acredita que “nesses últimos oito anos, depois da entrada do novo secretário, a educação no estado piorou. Ele entende de economia, mas não entende nada de educação”. Perguntada sobre os principais problemas, a professora cita os baixos salários, a desvalorização e a divisão gerada dentro da própria classe.

A professora reclama do descumprimento da liminar expedida após a última greve da classe. Segundo ela, o documento garante que nenhuma punição seria aplicada aqueles que aderiram à greve. Vera conta que, apesar do direito à greve ser respaldado por lei, os descontos ainda não foram quitados.

Apesar de ressaltar que os problemas na educação estadual não são exclusividade do governo de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, ambos do PMDB, Vera faz críticas às imposições da Secretaria de Estado de Educação. “Nós não podemos fazer um trabalho diferenciado nas escolas, adaptado às necessidades de cada uma. A Secretaria impôs um padrão. Não estamos preparando o aluno para pensar, estamos preparando para repetir”, reforça.

Vera também condenou a desvalorização dos professores. Para ela esse é um problema que "vem de cima" e repercute nas salas de aula. "Se o próprio governo não nos respeitar, o aluno também não vai. Não adianta colocar polícia dentro da escola porque essa não é a forma correta de correção, isso é repressão", analisa.

Perguntada sobre as soluções para a educação na rede estadual, a professora reforça a necessidade de valorizar a classe. "Precisamos de uma escola em que o respeito venha de cima. Precisamos ter uma gestão democrática e liberdade para tocar projetos diferenciados em cada escola, nos adaptando às necessidades de cada bairro e comunidade. Precisamos de um governo que valorize nossa classe", responde.