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RJ: Tarcísio Motta (PSOL) defende mudanças profundas durante sabatina

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O candidato ao governo no Rio de Janeiro pelo PSOL, Tarcísio Motta, participou na manhã desta quarta-feira (20/8), da sabatina promovida pelo SBT, que contou ainda com o apoio do Jornal do Brasil e da Rádio Tupi. Motta apresentou o seu plano de governo para os setores da educação, mobilidade urbana, segurança pública, economia e defendeu o ponto de vista do seu partido quanto a legalização das drogas e desmilitarização da Polícia Militar. 

Por pertencer à área educacional - Motta é professor de História da rede estadual -, esse tema foi o primeiro a ser abordado e foi relacionado pelo candidato às manifestações e greves recentes da categoria. Na visão do postulante, as ações adotadas pelo governo para conter os atos foram "equivocadas" e a falta de diálogo com os professores prolongou o tempo de paralisação nas escolas da rede pública. "Tivemos mais de 1,5 milhão de pessoas nas ruas e o governo respondeu com polícia e não com política. Temos um processo de escalada de violência que o governo foi incapaz de resolver. Excessos precisam ser coibidos com a lei e com a democracia. O direito à manifestação é um patrimônio da democracia", disse o candidato do Psol.

Mobilidade

A solução proposta por Motta para acabar com os engarrafamentos no Rio e beneficiar os trabalhadores que perdem grande parte do dia no trânsito é a finalização das linhas 1 e 2 do Metrô, para desafogar o fluxo da Baixada Fluminense e fazendo o modal funcionar em rede. O candidato citou ainda melhorias no sistema aquaviário e a conexão desse modal com as linhas de ônibus, trens e metrô. 

Motta defendeu ainda a "tarifa zero", que na sua concepção pode ser criada após a revisão de contratos firmados e da melhor utilização dos recursos públicos, sem a interferência de terceirizados. Pelas previsões do candidato, o processo deve ser de médio a longo prazo e implantado de forma gradativa. “Onde não tem cumprimento de obrigação, esse contrato precisa ser cancelado. Já tem recurso público hoje financiando o transporte público [Bilhete Único]. Mudar a forma de concessão dos ônibus, por quilômetro rodado e não por preço de passagem. A passagem continua igual para todos, mas o estado recolhe essa passagem e repassa para a empresa de acordo com os seus custos e com uma taxa de lucro que está prevista no contrato", esclareceu Motta na sabatina. 

Desmilitarização da PM

Motta reafirmou que o seu partido é a favor da desmilitarização da Polícia Militar e apontou procedimentos que devem ser adotados na implantação de um novo regime. O primeiro passo, pelas explicações de Motta, seria uma mudança no processo de formação dos PMs. “Se o policial é formado sob tortura, ele vai fazer o que depois? O processo de formação tem que respeitar os direitos humanos. A gente tem que apostar numa polícia que faça a mediação. Precisamos fazer com que a política de segurança garanta a vida e a liberdade. Temos a polícia que mais mata e a que mais morre. Significa que estamos fazendo alguma coisa errada”, ressaltou o candidato, apelidando o processo atual de preparo do policial de "fast food" feito em seis meses.

Para Motta deve ser criada uma corregedoria externa para a Polícia Militar, o que favorecer as práticas democráticas na corporação. Já com relação às políticas de segurança, o candidato considera importante combater o tráfico de drogas nas fronteiras e o seu governo também planeja uma forte repressão às milícias. “A milícia hoje ocupa mais territórios do que o tráfico. Precisamos tirar o poder que eles tem sobre determinados territórios. A gente tem que tirar a arma da mão do bandido com inteligência”. 

Reforma agrária

Motta abordou ainda a questão da reforma agrária no Estado. O candidato defendeu o incentivo ao pequeno empreendedor, que atualmente é excluído dos incentivos fiscais oferecidos pelo governo aos grande empreendedores. “Defender a questão do pequeno empreendedor, do pequeno negócio, dar incentivos fiscais para que isso aconteça. O Rio de Janeiro pode se transformar em um pólo de produção cultural da América Latina. Isso gera emprego, gera renda, gera direitos", disse o candidato.