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TRE: oposição ataca suposto desvio de verba dentro da ‘máquina da prefeitura’

"Denúncia é gravíssima. Tudo tem que ser apurado com o maior rigor", diz Chico Alencar

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Depois de operação do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), que fechou uma gráfica envolvida com suposto desvio de verbas, o deputado federal Chico Alencar (Psol), em entrevista ao Jornal do Brasil, criticou a ‘máquina da prefeitura’ que nas últimas semanas mostra pela segunda vez envolvimento de integrantes do seu alto escalão com supostas práticas de desvio de dinheiro público. Segundo o TRE, a gráfica Hight Level Signs mantém contratos com a prefeitura e o governo do estado, com indícios de fraude, “especialmente com Pedro Paulo Teixeira (PMDB).” O deputado federal Pedro Paulo é ex-chefe da Casa Civil da Prefeitura, homem de confiança do prefeito Eduardo Paes. Outro deputado federal, Rodrigo Bethlem, ex-secretário de Paes, também teve seu nome recentemente envolvido em denúncias de desvio de verba pública. 

 “Mais uma vez parece que a máquina da prefeitura é utilizada para alcançar campanhas eleitorais de ‘toma lá da cá' ou para alavancar riquezas pessoais, o que é deplorável”, disse Chico Alencar. "A ação do TRE foi muito importante", completou. 

Chico Alencar destacou a necessidade de uma investigação profunda, mas descartou a possibilidade de participação da Câmara dos Deputados: “Não é uma questão do âmbito do exercício do mandato, é uma questão da justiça eleitoral. Gravíssima, por sinal, é claro que tudo tem que ser apurado com o maior rigor.”

Ainda sim, o deputado lamenta que a prática esteja se tornando corriqueira. “Assim como tem caixa dois de dinheiro para campanha, parece que está se instituindo caixa dois na produção de material de campanha. Como a moça da loja disse, como foi divulgado, virou praxe você colocar um numero muito menor do que efetivamente se imprimiu.” 

Para Chico Alencar, vale o alerta para a população sobre a massificação das campanhas e a enorme visibilidade temporária dos candidatos. “É a ideia nefasta de que quem ganha voto é aquele com mais propaganda. Uma massificação da cara e do nome do candidato. A ideia de que de tanto martelar sua imagem, ele se elege, enquanto as propostas e ideias são o que menos importam”, completa o deputado. 

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* do projeto de estágio do JB