ASSINE
search button

Janira Rocha apresenta defesa para evitar ser cassada 

Deputada teria auxiliado na fuga de uma ativista do Consulado do Uruguai

Compartilhar

A deputada do Psol-RJ Janira Rocha entregou nesta sexta-feira ao corregedor da Assembleia Legislativa do Rio, deputado Comte Bittencourt, suas explicações sobre o episódio em que teria auxiliado na fuga da advogada Eloísa Samy do Consulado do Uruguai na última segunda-feira dentro de um carro oficial. Na carta de duas páginas, Janira explica que apenas deu uma carona a Eloísa após a recusa do consulado em permitir a permanência da advogada e dos outros ativistas no local à espera do julgamento do habeas corpus (que só saiu na manhã de quinta-feira). “Saímos pela porta da frente do Consulado, pelos corredores do prédio, elevadores, todos devidamente monitorados por câmeras”, afirma na nota.

Mais adiante, Janira explica que não viu nenhum policial na saída do prédio e que aceitou dar carona a Eloísa Samy, a qual afirma ter conhecido apenas naquela dia. “Afirmo que não houve fuga porque os ativistas não estavam efetivamente presos”, diz, destacando que não viu nenhum policial no seu caminho entre a garagem do consulado e o ponto onde deixou a advogada. A deputada afirma que “em momento algum” colocaria problemas para que se cumprisse uma ordem judicial.

Em sua defesa, Janira Rocha diz que sempre esteve ao lado dos mais necessitados e que tem “modos diferentes de travar lutas dos ativistas mais radicais”. Ela afirma, no entanto, que entende que a violência tomou conta de algumas manifestações. “(...) Mas vimos também, e tenho certeza que é isso que alarma o Estado e suas instituições e o leva também a agir com violência tão desproporcional contra manifestantes e ativistas, que existe uma indignação radicalizada em setores amplos da população”, comenta.

Janira pede para não ser punida e diz que, caso isso aconteça, será não por quebrar decoro parlamentar ou descumprir qualquer legislação, mas apenas por suas posições e opiniões políticas.

A deputada, que ano passado esteve envolvida em uma polêmica cobrando comissão de parte do salário recebido por funcionários de seu gabinete como forma de ajudar o partido, pode ser suspensa do seu mandato parlamentar ou mesmo ter o mandato cassado, caso a Assembleia entenda que houve quebra de decoro na utilização do carro oficial para tirar Eloísa Samy de dentro do Consulado. A análise da defesa de Janira Rocha deve ser feita na próxima semana.