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Começam as eleições da Associação de Moradores da Rocinha

Definição das chapas concorrentes acontece neste sábado

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Pela primeira vez, a Rocinha terá a primeira eleição da Associação de Moradores do Bairro Barcelos (Amabb) sem a interferência do tráfico na comunidade. A eleição, que acontecerá no dia 28 de agosto, conta com o apoio da Federação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (Faferj) para organizar as votações. Seis chapas, que serão definidas neste sábado (26), concorrem à presidência da Associação.

Para Davison Coutinho, membro da Comissão de Moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu e colunista do JB, a nova eleição é uma chance para que os moradores possam renovar as lutas políticas na comunidade. Concorrente pela presidência da Associação de Moradores do Bairro Barcelos, a chapa Inove (I9) conta com a participação de jovens lideranças que já fazem um trabalho social na comunidade com um enfoque na valorização dos nordestinos e descendentes de nordestinos. Segundo Davison, "A Rocinha tem mais de 70% dos moradores de origem nordestina".

Davison afirmou que um dos objetivos da chapa é desenvolver um ponto de encontro e articulação de moradores no prédio da associação. "O projeto principal é devolver para a Rocinha a Associação de Moradores do Bairro Barcelos (Amabb), transformar o local em um lugar para prestar serviços que visem a melhoria da qualidade de vida dos moradores, focando na cultura, educação e saúde".

Para Davison e para os moradores da Rocinha, o Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC) é uma preocupação. A primeira fase do programa, que foi marcada por remoções e sem ter as obras finalizadas, previa, entre outros, a construção de um plano inclinado na localidade Roupa Suja, a urbanização do Largo do Boiadeiro, a canalização do valão principal da Rocinha, a criação de um mercado popular que realocaria comerciantes do Largo do Boiadeiro e projetos para levar saneamento básico para diversos pontos do complexo. 

Outro ponto crítico foi a inauguração de uma creche, que foi entregue com quatro anos de atraso e só receberá alunos em 2015. A escola comporta 150 crianças e os pretendentes a uma vaga já avançam a casa dos mil. A segunda fase, contestada pelos moradores, se iniciou ainda com a primeira em andamento e tinha como ponto principal a construção de um teleférico, ignorando as exigências locais como o saneamento básico, o abastecimento de água e a coleta de lixo.

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Segundo Davison, uma das propostas da chapa é de fiscalizar as obras do PAC 2 e defender os interesses e direitos dos moradores durante as novas obras do programa do governo na comunidade. "Uma das maiores tarefas é de cuidar para que os moradores sejam respeitados nas realocações, já que serão milhares de remoções para as obras do PAC 2, o morador tem que ter o direito de escolher para onde quer ir e tem que ter seu bem avaliado de maneira correta, tendo em vista que quando as obras se inciam, a especulação imobiliária na Rocinha é grande".