Um grupo de ativistas políticos promoveu, no final da tarde de hoje (22), uma lavagem simbólica da calçada em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Eles protestam contra a prisão de manifestantes, acusados de participarem de atos violentos e indiciados pela Polícia Civil por associação criminosa.
Os ativistas usaram água sanitária e desinfetante, em alusão à prisão do morador de rua Rafael Braga. Detido desde o ano passado no Complexo Penitenciário de Bangu, Rafael Braga foi acusado de estar portando um coquetel-molotov durante protesto de rua. No entanto, há informações que ele estava carregando produtos de limpeza.
Com palavras como "Presos políticos, Liberdade já. Lutar não é crime, vocês vão nos pagar", os manifestantes discursaram em frente ao tribunal e criticaram a decisão judicial, em que foi decretada a prisão preventiva dos jovens.
Dezenas de cartazes e faixas foram estendidos na calçada, pedindo a libertação dos ativistas, presos no dia 12, antes da final da Copa do Mundo.
O protesto chamou a atenção do aposentado José Maria de Oliveira, de 88 anos, que contou ter sido preso e torturado durante a ditadura militar. "Foi um julgamento político contra esses jovens, puramente para amedrontar a juventude brasileira", disse, ao relatar ter sofrido torturas, junto com a esposa, por atuar em uma organização de esquerda.
Após o ato, o grupo decidiu seguir em passeata até a Cinelândia.